Manoel de Barros, mais um mestre com as palavras que se vai, nos deixando a cada dia mais vazios dessa beleza chamada poesia... (1917-2014)
"Os deslimites da palavra
Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas" Manoel de Barros
Nenhum comentário:
Postar um comentário