terça-feira, 27 de setembro de 2011

O poder de uma gentileza

Estou construindo um pequeno loft, para onde pretendo me mudar o mais breve possível. Como toda construção é preciso ter muita paciência, jogo de cintura e saber falar com as pessoas.

As visitas às casas de material de construção são diárias, a escolha das peças, as cores, o que combina com o que. É preciso também saber negociar, o que confesso não sou muito boa, mas tenho conseguido alguns descontos e também tenho percebido o quanto somos roubados. São tantos impostos embutidos nas mercadorias que nem sequer imaginamos.

Outro dia, após efetuar uma compra, o vendedor me pediu para fazer a nota com um valor mais baixo para ele não precisar pagar imposto enquanto eu tinha que me contentar com míseros 5% de desconto.

Em outra loja, que visitei para fazer uma cotação de pisos, o atendimento foi tão bom que vou até pagar um pouco mais caro só por esse atendimento. Em compensação outra loja visitada o vendedor era tão ruim que fiquei me perguntando se ele estava no serviço certo.

Nesse corre, corre de uma loja para outra vou fazendo outra coisa que adoro: observar as pessoas. O jeito como elas atendem ou são atendidas, o tratamento que é dado de acordo com a roupa e o jeito do cliente, o sorriso ou a cara amarrada. As grosserias de alguns clientes diante de uma mercadoria que foi enviada errada, ou a gentileza na forma de tratamento diante do mesmo problema. Qual dos clientes recebeu melhor atendimento? Nem preciso responder...

Lidar com os profissionais da construção também não é uma coisa fácil. Com esses o jogo de cintura tem que ser algo como girar um bambolê sem deixá-lo cair no chão. Parece que falamos uma língua totalmente diferente, eu devo confessar que entendo de construção como entendo de motor de carro, ou seja, nada, mas estou aberta a ouvir as sugestões que eles dão. No entanto, quando eu peço alguma coisa que sei que é viável, eles me olham como se eu fosse alguma louca desvairada e o meu idioma é quase um grego. E, é claro que eles não fazem o que peço e é aí que a confusão começa, porque eu quero de um jeito e eles fazem de outro e fecham a cara quando peço para desmanchar e fazer de novo.

Ontem recebi uma visita indesejável na construção, tudo que havia comprado no período da tarde foi roubado à noite. Um desgaste emocional, mas graças a Deus só levaram coisas materiais, a violência não chegou até meus pais que estavam na casa no momento.

Tenho aprendido muito nessas últimas semanas, principalmente a controlar a minha impaciência e ansiedade. Aprendi também que a gentileza contribui muito mais que a arrogância. Um simples OBRIGADO no final de um dia de trabalho surte um bom efeito. É importante saber valorizar o trabalho do outro, respeitá-lo e tratá-lo com toda a dignidade que ele merece.

Minha futura casa será pequena, mas ficará linda, pois será meu refúgio, o lugar onde recarregarei minhas baterias. É lá que vou desenvolver meus projetos profissionais e pessoais e é lá que concentrarei todas as energias boas que me conduzem no meu dia a dia. Por isso, tudo que acontece nesse momento precisa vir cercado de bons pensamentos e boas energias.
Gentileza sempre e em qualquer situação!

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...