sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vaivém, uma nova forma de escrever poesia. Descendo ela tem um sentido, voltando ela tem outro. Vai aí dois "vaivém"


Parti

Deixei sonhos

Viajei na esperança

Encontrei só fantasias

Maltratado voltei

Acabrunhado





Entrega

Amolece coração

Desperta meus desejos

Arrepia meus pêlos

Acesa chama

Amor
Não posso abrir mão do meu sorriso,
Porque seus problemas o afetam
E destroem sua capacidade de sorrir.
Não vou abandonar minha luz,
Porque você se esqueceu de sair da escuridão.
Não me culpo por teus fracassos
Nem choro tuas frustrações.
Meus dias são de sol
Minhas noites são de lua
Habita minha alma um ser de luz e paz
Que me ilumina e ensina.
Percorri longos caminhos
Também colhi e me feri com espinhos,
Mas chego ao ponto em que estou
E os rastros deixados
Se não foram só dias claros
As tempestades também me ensinaram.
Se não és capaz de caminhar ao meu lado
Não foi porque barrei teu caminho
Foram tuas escolhas que aumentaram a distância
Foi tua teimosia que intensificou o vazio.
Longe de sofrer a ausência
Cresci e aprendi com ela
Se sigo outro caminho hoje
Foi atendendo a um coração que jamais ficará vazio
Nem se limitará ao menos!

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mandacaru, mandacaru, mandacaru
É o som do vento embalando o sertão
Com seus dias quentes e vermelhos
E suas noites frias como véu por sobre
A caatinga com tons amanhecidos e retorcidos
Uma poeira de tempo que não se cansa
Que varre cada pedaço de chão e céu
Mandacaru, mandacaru, mandacaru
Abraça teu sertanejo que vive e sobrevive
Nessa aridez que castiga e restringe
Alimenta teu sertanejo, essa mistura de raças
Que lhe deu o sangue da coragem
Tua força está no seu amor pela terra
Na tua luta diária no chão trincado
No açoite que corta a terra e rasga a pele
Pele seca e sedenta do tesouro do sertão
Seu tesouro é água, escassa e tão desejada
Mandacaru, mandacaru, mandacaru
O Sertanejo é consumido pelo sertão
Mas é lá tua morada, é de lá que sai teu quinhão
Veste-se de couro para proteção
Protege-se dos espinhos que aparecem no caminho
Tua veste de couro é tua armadura
Que o protege dos jagunços e cangaceiros
Ou apenas de um simples vaqueiro
Na pele de um guerreiro.
Sertanejo, caipira, homem
Trás na alma os versos da oração
Os lamentos são doces na canção
No entardecer de laranja
Brota a noite sem nuvem ou lua
No céu apinhado de estrelas
Fecha tua casa de barro e se amua
Adormece no silêncio da madrugada
Pia longe o carcará, dorme asa branca
Dorme noite, daqui a pouco, lá no sertão
Outro dia vai começar
Mandacaru, mandacaru, mandacaru

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...