quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Raiva...
Emoção latente, aprisionada
Fica ali, engasgada
Fere a garganta
Machuca a voz
Que sai entrecortada
Revirada
Luta uma luta insana
Quer sair, se exprimir
Mas só consegue se reprimir
O rosto se transforma
O corpo contorce, retorce
Grita de dor
Um grito contido, mudo
Uma marionete deixando-se manipular
Os lábios trancam, há muito a falar
O silêncio é mais forte
Um silêncio de sofrimento
Carrega o peso das vidas
Vividas sem cor
Ausentes, displicentes
Raiva...
A alma esbraveja
Quer sair, se desnudar
Limpar-se da agonia
Que a impregna
Mas é só silêncio
Contido, duro
E o grito emudece outra vez
E o corpo queda-se inerte



Uma coisa eu tenho que dizer
Não há outro igual a você
Ninguém até hoje
Bagunçou minha vida assim
Desarruma tudo, deixa uma confusão
E saí de fininho como se não tivesse intenção
Me deixa largada, desamparada
Recolhendo os pedaços no chão
Não olha para trás, e eu fico vagando
Não sei se te enfrento ou sigo te amando
Não decifro seu sorriso, ou seu olhar angustiado
Você é uma mistura, uma pintura abstrata
Pincelada em tons diversos
Tem ranhuras, mas não me permiti tocá-las
O destino nos propôs um reencontro
O mais inútil ou intenso de todos,
Mas você não me deixa chegar perto
Não sei se choro, se sofro
Ou se dou muita risada
Histeria ou mero desabafo
Não estamos juntos, o que é um alívio
De tão diferentes somos iguais
Te sinto até quando não o percebo
E é nessa ilusão realista
Fábula de poetisa
Que sinto em todos os meus poros
Amor que não pede troca
Você é essa estrela distante
Fonte de meus devaneios constantes












E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...