terça-feira, 15 de julho de 2014


Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O meu caminho com o seu
Eu nem queria mais sofrer
A agonia da paixão
Nem tinha mais o que esquecer
Vivia em paz, na solidão
Mas foi te encontrar
E o futuro chegou como um pressentimento
Meus olhos brilharam, brilharam
No escuro da emoção
Não sei se o acaso quis brincar
Ou foi a vida que escolheu
Por ironia fez cruzar
O seu caminho com o meu

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Às vezes a tristeza chega sem aviso e te arrebata
Não te pergunta se pode entrar
Escancara a porta e adentra
Como um furacão
Sai derrubando tudo
O que encontra pelo chão
Mas a tristeza dessa vez
Não veio sem razão
Ela sabe que cada minuto
É importante demais
E também sabe
Que há momentos
Que nada nem ninguém
É capaz de aliviar essa dor
Que precisa ser manipulada, guardada
Alguns momentos descontraídos
Evaporam como fumaça no ar
E ela precisa se chegar
E tomar no colo, acalentar
A tristeza sabe que haverão
Outros sorrisos, outros abraços
Que precisará de forças para
Que os olhos não traiam e
O silêncio se fará necessário
Hoje a tristeza precisará de máscaras




O tempo agora passa lento, quase consigo enxergá-lo
A chuva que bate à janela parece querer me contar histórias
Sentada, distante e surda aos sons externos
Adapto meus ouvidos a outros sons
Sons do passado quando tudo parecia possível
Percebo agora que alguns desejos e sonhos
Foram tão desnecessários e inúteis
Lembro-me das lágrimas bobas por motivos fúteis
O pequeno papel que se desdobra à minha frente
Revela-se como um justo senhor
Tanto tempo desperdiçado, tantos rancores
E esse tempo desejo que passe lento, mas daqui a pouco
Será que ainda terei tempo?
A confusão é como parceira das horas
Esse é um momento solitário
Em que algumas coisas precisam ser reveladas
E o medo do sofrimento a ser causado
Doe ainda mais do que o que a mim fora anunciado
Existe um espelho a minha frente
Não consigo me ver nele
Mas vejo o rosto e o sorriso que precisam estar ali
Para confortar, abrigar, consolar
Do outro lado, o reflexo não é tão bonito
As dores que consomem meu corpo
Parece uma navalha afiada que vai
Dilacerando cada pedaço de pele
O sono a cada dia mais difícil
O cansaço que bate e a vontade de se deixar ficar
Lembro-me de outro tempo
De outras dores e preciso trazer de volta
O sorriso, o olhar, a certeza de ainda estar...




Ilusão
Pequenos prazeres do irrealizável
Abandono a razão e alimento o coração
Enganos em pequenas gotas
Que vão saciando a fome, o vício
Sombras aladas que disfarçam
A real verdadeira inquestionável
E dolorida realidade
Por que sustenta a dor
Se não é possível felicidade?
Porque a ausência é mais dorida
Porque a ilusão é menos sofrida
São minhas necessidades
São meus medos
Ilusão


Aprenda a viver
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a sofrer
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a sentir
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a amar
Mesmo que pouco ainda reste
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a amar
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a sofrer
Mesmo que pouco ainda reste
Aprenda a sentir
Mesmo que pouco ainda reste
Permita-se VIVER
Ainda que pouco reste

Apontar um lápis é uma arte
Mas não basta apenas pegar a lâmina
E descuidadamente ir ferindo a madeira
É preciso cuidado e atenção ao esculpir
O grafite aos poucos vai surgindo
Como o grande ator principal
De uma peça que ainda
Precisa ser escrita
Apontar não se faz com pressa
Às vezes gasta-se vários minutos
Pode-se meditar enquanto
Vai desnudando o grafite
Mas não o afine demais
A ponta precisa ficar macia
E ao deitá-lo sobre a página branca
Faça-o com graça e sutileza
Não imprima força desnecessária
Para tocar o papel e despejar ali
Não só conjunto de letras ou desenhos
Mas sonhos e fantasias
Em sombras de nostalgia...





Hoje eu acordei triste
Sem nenhum motivo aparente
Ou talvez pelo único motivo
Que me provoca tristeza
Aquela vontade de estar só
Desanimada, sem vontade de sair do pijama
Mesmo com um sol lindo lá fora
Me dizendo que o dia seria perfeito
Preferi fechar a janela e me acocorar ao sofá
Pequenas nuvens desfilavam à frente do meu olhar
Ora cinzas, ora mais negras
Vez ou outra uma lágrima pedia para cair
Mas desviava o pensamento e a tirava dali
Hoje quis apenas o silêncio por companheiro
Desliguei o telefone, a TV e tudo mais
Que pudesse me conectar com o lado de fora
Dei uma longa olhada para o chuveiro
Mas ele não me chamou muita atenção
Embrulhei-me ao cobertor, descansei no travesseiro
E de olhos fechados e coração vazio
Afundei-me até o fim na tristeza
Me deixei consumir por ela
Permiti que ela sugasse tudo de mim
Para que depois deixasse ali
As cascas envelhecidas e transparentes
E de corpo novo e alma renovada
Pudesse sair e contemplar o novo dia
Porque a tristeza não deve ser mimada
É preciso lhe dar um quê de atenção
Mas depois renegá-la a última opção.



                                                            (Marcos A. Batista Dias)

Lágrimas de alegria correram por nossos olhos nesses últimos dias, a família toda reunida em festa para compartilhar o momento do nosso querido sobrinho, que até ontem era só um menino, o nosso menino. Vê-lo tão feliz realizando o seu casamento com a eleita do seu coração foi motivo de felicidade para todos nós. Os últimos dias nos permitiu estar todos juntos, rindo e chorando ao mesmo tempo, tamanha emoção que ia no coração de cada um de nós.
Ao vê-lo tão lindo no altar quantas memórias vieram a tona, aquele menino sorridente e sempre tão carinhoso e amoroso, cresceu e tornou-se um homem lindo e ainda mais carinhoso. Todos que têm o privilégio de cruzar o seu caminho, ganham um amigo e um irmão.
Não existe uma palavra ruim que saia de sua boca, não existe um pensamento maldoso ou negativo que possa desanimá-lo. Um ser humano iluminado que Deus nos permitiu ter em nossa família para que possamos aprender com ele o sentido do amor, da amizade, do respeito a todos que o rodeiam, da humildade e principalmente de reconhecer no outro, seja ele quem for, um ser humano que merece compreensão e amor.
Um homem com cara de menino e coração gigante. Nada é capaz de macular a pureza da sua alma, não que não se irrite com uma coisa ou outra, mas tudo passa tão rápido que logo já o vemos sorrindo e deixando pra lá o que quer que o tenha chateado.
Uma criatura incapaz de dizer não, se for para mulher então é impossível. Questionado por que não diz não a resposta dele sempre é "não faço nada por obrigação, por isso não tenho motivos pra dizer não" 
Eu tenho certeza que precisarei voltar ainda muitas vidas para chegar próximo a essa alma tão simples e ao mesmo tempo tão rica e cheia de amor e carinho.
Tenho o privilégio de ser sua madrinha, já tivemos a oportunidade de passar horas conversando, dando risada, trocando confidências. E sempre estarei ali para o que ele precisar, meu ombro e colo serão sempre dele. Um dia seremos abençoados com os seus filhos e que estes sejam como o pai.
Meu eterno desejo de que seja muito feliz hoje e por toda eternidade. 

Quando o vazio toma conta e não há mais nada a ser feito, o que sobra é só tristeza...

"Tristeza
Está noite eu durmo de tristeza
(O sono que eu tinha morreu ontem
queimado pelo fogo do meu bem.)
O que há em mim é só tristeza
uma tristeza úmida, que se infiltra
pelas paredes de meu corpo
e depois fica pingando devagar
como lágrima de olho escondido

(ali, no canto apagado da sala
meu sorriso é apenas um brinquedo
que a mãozinha da criança quebrou)

E o resto é mesmo tristeza"  Ivan Junqueiro (Livro: Os Mortos)


Ao longo do caminho perdi alguns pedaços
Ora arrancados brutalmente
Ora simplesmente deixados
Hoje já não há lágrimas para
Lavar a poeira que se acumula
Nas fendas que foram feitas
Hoje existe somente o longe
E vou caminhando entre
Planos e pedras
Não enxergo apenas vejo
E sigo caminhando
O sorriso se despediu de mim
Em algum lugar no passado
E agora apenas sigo
E aonde quer que eu chegue
Chegarei com ausências
Sentimentos, vazios
Solidão...

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...