sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Meus amigos são fantásticos
Alguns passam horas, dias
Uma vida nos bancos da faculdade
Pelo prazer de aprender sempre
Outros aprendem com as duras
Lições que a vida lhes dá
Melhor escola não há
Tem aqueles que já acordam 
Dando aquela gargalhada
Que deixa nosso dia lindo
Mas também tem aqueles
Que precisam de um colinho
Só um pouco de carinho
Tenho amigos que bebem 
A vida toda e se embriagam
De paixões ora correspondidas
Ora uma verdadeira tragédia
Shakespeareana
Tenho amigos que se jogam
Sem se importar onde vão cair
Tenho amigos que pensam tanto
Que o tempo passa e eles
Ainda estão pensando
Alguns amigos seguem seu coração
E quando chegam as estrelas
Se banham na luz fulgente
Vivem intensamente o hoje
O amanhã eles resolvem depois
Tenho amigos que ouvem rock
Metal, erudito, samba, sertanejo
Nem sempre se misturam 
Mas se entusiasmam no abraço apertado
Nos beijos estalados
Meus amigos são lindos e livres
Não padecem da hipocrisia
São desprovidos de preconceitos
São indivíduos sensíveis e fiéis
Ao que acreditam e respeitam
Cada ser HUMANO como é
Tenho amigos que são anjos
Outros verdadeiros diabinhos
Amigos de longa data
Amigos de agorinha
Amigos que fazem parte do meu existir
Que me acompanham catando pedrinhas
Que se juntam ao meu esforço quando
Há um rocha a carregar
Tenho amigos que como o sol
Iluminam minhas manhãs
Ou o entardecer dos meus dias
Tenho amigos e tê-los
Dá me a certeza de que jamais
Estarei solitária e sempre
Serei muito amada.
TENHO AMIGOS!!!!!!


domingo, 23 de dezembro de 2012




Mais um ano se aproxima do seu final, algumas tristezas, muitas alegrias, dúvidas em alguns momentos, mas a certeza de que tudo valeu à pena.
Os encontros e despedidas, os afagos, beijos, abraços, as lágrimas que teimaram em rolar mesmo quando nos esforçávamos para detê-las, mas o desejo de acertar sempre. Conquistas, amigos novos e outros que, embora distantes, sempre se fizeram presentes.
Mais um ano se despede, outro que chega aberto a novas realizações, paixões e esperanças.
O que nos trará este novo ano? Não é possível dizer, mas é fundamental ter o coração livre e a alma tranquila para plantar sementes e colher frutos que nos engrandeça e nos fortaleça enquanto ser humano.
Meu desejo é que nesse novo ano, você aproveite cada minuto, não desvie dos obstáculos, mas utilize-os para se guarnecer e continuar sua jornada rumo ao seu sucesso pessoal e espiritual.
A cada ano buscamos nos renovar e enchemos nossas sacolas de promessas, desejos e sonhos nessa busca frenética de felicidade infinita. Quando o que mais precisamos é estar conscientes de que para sermos felizes só nos basta a certeza de um novo dia e a confiança em nós mesmos.
A família é fundamental, o trabalho deve ser prazeroso, os amigos verdadeiros indispensáveis e acima de tudo isso a luz divina que nos protege e guia.
Um 2013 realmente feliz com paz e muito amor para cada um de vocês que fazem parte da minha vida e que só por existirem já a torna abençoada.
Jacqueline Batista

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Metas para um tempo
Em que espero
Seja diferente...
Claro... Rico...
Quero lançar ao vento
O medo que por tanto tempo
Aprisionou-me
Adoçar com mais ternura
Meus pequenos
Momentos solitários
E para mim tão necessários
Despedir-me da fantasia
Que nunca me deu nada
E ao mesmo tempo
Mostrou-me o meu real valor
Virar a página e deixá-lo lá
Guardado com um ponto final
E não mais reticências
Que como correntes
Uniam-se a mim
Impedindo-me de partir
Para o meu amanhã
Espero e desejo que
Aconteçam vários de repentes
De repente um abraço apertado
Um beijo roubado
E aquele sorriso
Que ilumina o dia
E nos deixa em paz...
De repente a companhia
O tato, o contato
Sem tempo predeterminado
Lembrar o que me é mais caro
Guardar no funda na memória
O que de alguma forma
Contribuiu em algum momento
Para o que sou agora
Jogar fora os falsos sorrisos
E as falsas palavras
Tão mal interpretadas
Tão mal usadas
Que vieram a mim
Mas não me consoloram
E se ao final as
Metas não forem cumpridas
Posso dizer sem ressalvas
Foram por mim intensamente
DESEJADAS!!!!!






quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Que sentimento é esse que sinto por ti
Amor... paixão... tesão...
Qual o sentido de nomear
Aquilo que nem as palavras
São capazes de conceituar
O que sinto é muito maior que uma simples paixão
É leve, terno, profundo
Não preciso estar perto para sentí-lo
Não preciso tocá-lo para desejá-lo
Os sentimentos não se confundem
São verdadeiros e cheios de paz
Conheço seus sorrisos e os aprecio
Tem um que o deixa leve e tranquilo
Esse é o meu preferido
Tem aquele do dia a dia 
Que faz parte da sua vida
Não sei se gosto muito, mas ele é seu
Então faz parte de você 
Nossos encontros são inexistentes
Por vezes acho que são apenas ilusões
Mas só eu sei o que é verdade 
E o que é apenas fantasia
Há dias que tenho uma saudade sem fim
Em outros desejo que o sol e o vento
Tornem seu dia o mais perfeito de todos
Em algum momento sinto falta de sua voz
Então ouço o silêncio e em segundos
A melodia toma conta de mim
Cada nota me toca como se você estivesse ali
Sussurrando música aos meus ouvidos
Existe algo que jamais me fez esquecer você
Seu cheiro, ele é intenso, mágico
Posso fechar os olhos e a fragrância
Em notas amadeiradas e cítricas
Invade minhas narinas e eu o sinto
Como se ao meu lado você estivesse
Fico feliz de descobrir a intensidade 
E a leveza desse sentimento
E mais feliz ainda que seja você
O responsável por ter despertado em mim
Algo tão forte e libertador
Não darei nome a esse sentimento
Pelo medo que ele caia em lugar comum
O levarei comigo como minha maior riqueza
Pois não há tesouro maior
Que uma joia chamada paz
Incrustada de diamante chamado amor.





No traço as letras unem-se

E palavras se formam

Incrustam-se no papel imaculado

O grafite se encarrega de dar o colorido

A borracha poderá apagar,

Mas o pensamento será eterno...

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nesse adeus sem palavras
Vou me apegando aos restos
Do que ontem chamei esperança
Havia um sorriso dentre
Os meus favoritos
Que iluminava teu rosto
E acalentava meu coração
Na despedida silenciosa
O sorriso se fez tristeza e
A ausência de palavras
Dava lugar ao tic... tac... do relógio
No apressado passar do tempo
O último toque dos dedos
Os olhos embaçados por lágrimas
Impedindo a lembrança
E o abismo da separação se formando
Caminhos opostos
Mas caminhos que poderão
Um dia se cruzar novamente
Ou não!


Brincar com o vento
Saltar, dançar, voar
Transpor as barreiras do tempo
Viagem que me liberta do ventre que me abriga
Rasgo-me em partes disformes
Desfaço-me de vestes antigas
Rejuvenesço no brilho ofuscante  da vida
Que me deseja como amante
E eu me solto nos seus braços
O coração agora bate acelerado
E já estou pronta
Aspiro o ar delicioso e frutado
Lanço um último olhar aos restos
Que pertencem agora ao passado
Sigo na leveza do inesperado
Mas eternamente por mim desejado

Meninas...  Mulheres

Não cresceram ainda, são meninas

Mas se comportam como adultas

Uma veste o vestido da mãe

E se olha no espelho e joga os ombros para trás

A outra sobe nos sapatos de salto

Mal conseguindo se equilibrar

Com as mãos na cintura

Tenta, aos tropeços, desfilar

Reviram a caixa encantada

Deixando uma gargalhada solta no ar

Uma usa no pulso um grande relógio

A outra, no pescoço, todas as pérolas

Mal conseguem manter-se de pé

E acreditam que assim já viraram mulher

O batom desenha linhas tortas

E deixam as bocas lambuzadas

Mas sentem-se entusiasmadas

Meninas de olhos grandes

Cabelos soltos e livres

Apreciem o reflexo da criança

No espelho do tempo que diz:

Sejam crianças, meninas

Sapecas e faceiras

Aproveitem o tempo das brincadeiras

Pois no tempo certo a transformação acontecerá

E a menina em mulher se tornará.
                         

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Era uma quarta-feira
Quando me foi dada à luz
E a lua brilhava em Libra
Dizem os astros que
Sob a influência da lua
Sou um ser agradável e charmoso
Quem dera os astros
Detivessem o poder da verdade
E lá se vão 46 anos de vida
Dias de sol... Dias de chuva
No caminho, muitas pegadas
Algumas profundas, outras leves
De qualquer forma
Caminhar sob a minha realidade
Faz com que minhas fantasias
Sejam cheias de cor e luz
Tenho mais a agradecer do que reclamar
Não peço nada a não ser
Que Deus seja paciente comigo
Pois que sou desobediente e teimosa
Uma sagitariana que não nega
Seu lado animal quando necessário
E dificilmente mantem sua língua dentro da boca
Os que me conhecem sabem lidar com meus defeitos
Os que acham que me conhecem criticam-me
Os que gostariam de me conhecer têm receio
Sugiro que se aproximem
Aprendam a enxergar além
Quem sabe nos tornamos amigos
E não meros conhecidos
Como acredito na eternidade
Vou vivendo minhas muitas idades
Talvez um dia me seja dado à dádiva
De nunca mais voltar
Aí então saberei que aprendi
Cresci, evolui e poderei enfim
Aproveitar os doces sabores
Da arte de viver
Um brinde a vida,
A minha VIDA!


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Fui...
Vi...
Não gostei...
Voltei...
Girei em meu eixo
E retornei ao ponto que parti
Comecei de novo
Um pé a frente do outro
Um tropeço aqui, uma pedra ali
Sol, chuva, ventania
Na sombra de minhas fantasias
Parei e me refestelei
Beijei com gosto aquele
Que no caminho encontrei
Deixei pegadas para
Lembrar-me de onde passei
E fui...
Passos largos em alguns momentos
Passos lentos apreciando o tempo
Mas se houver necessidade de retornar
O farei sem pestanejar!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Medo


Como um véu negro deslizando sobre a pele

Causando arrepios, acelerando minha pulsação

Olhos arregalados na eminência do contato

Tateio o vazio, meu corpo estremece

Sinto frio, como se lâminas me atingissem

Os ouvidos aguçados na esperança

De escutar alguma coisa

Vislumbro uma sombra e me desespero...

Deparo-me com o vazio

O silêncio é cortado por batidas

Acredito ser alguém à porta

Aguço ainda mais os ouvidos

Grito esperando ser ouvido

Mas nada acontece

Respiro como se o ar tivesse me abandonado

E percebo que as batidas alucinadas

Era meu coração

Eu já o sentia na boca

A noite escura e desequilibrada 

Parece brincar com minhas emoções

Os minutos pingando em horas

Meus nervos em frangalhos

Ficam alerta com qualquer movimento

As mãos tremem, o suor é pegajoso

Não consigo ver nada, o silêncio revolve

Cada centímetro a minha volta

Fareja-me como um cão

Consigo ver suas presas

E os seus olhos negros em mim

Um raio corta minha visão

A aurora desponta

O cão desaparece, respiro

Lentamente volto ao meu estado normal

O medo como criatura apavorante

Rondou-me na noite passada

E como amante sedento sugou minhas forças

Deslizo para o chão, exausto

Fecho os olhos e num último suspiro

Adormeço...


segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Não sei, só sei que foi assim: 
Eu virei a esquina, 
Olhei para cima
E lá estava ele,
Charmoso e sorridente,
O cabelo desalinhado
Os olhos azul acinzentados
E a mão estendida para mim
Fazer o que,
A não ser, sorrir
Aconchegar-me a ele
E juntos partir...

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ai, moço bonito
Perco até o gingado quando você me olha assim
Se me vem ao alvorecer nem percebo o sol nascer
Embriagada que fico só por te ver
Suas passadas seguras, respiração ofegante
Essas pernas, ai que pernas
As minhas chegam quase a tremer
Mas se me vens ao anoitecer
Travo uma briga com a lua atrevida
Que vem toda cheia de vida
Para o teu olhar de mim roubar
Ela sabe o poder que tem
Pois te seduz até no reflexo do mar
E do alto de meus pensamentos lascivos
Fico a me perguntar: o que pensas ao caminhar?
Me ponho logo a fantasiar
Ai, moço bonito
Sinto o teu cheiro no ar
Cheiro de macho que tem charme no olhar
O suor exalando cedro e o frescor do hortelã
Pisca para mim com esses olhos de avelã
Da minha janela fico a sonhar
Vejo teus braços lançados ao vento
Correndo para me encontrar
Ai, moço bonito
Torço para o tempo parar
Se me desalinho toda só ao te ver passar 
O que seria de mim, se de verdade,
Viesses me abraçar
Ai, moço bonito
Nem quero imaginar, melhor sonhar...



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Devoro as horas noturnas e as engulo com gula
Bebo os minutos e como bicho selvagem
Farejo o tempo na esperança
De encontrá-lo desprotegido e desatento
Enlouquecida saio para a escuridão
Deixo as névoas da noite me cobrir
Deparo-me com a exuberante lua
Tão cheia e majestosa em sua veste prateada
Sua luz parece querer penetrar minha alma
Me desequilibro diante de sua magia
Sou fuzilada pelo brilho das estrelas
Caio no vácuo de minha existência
Despedaço-me em fragmentos
Sou recolhida e cuidada
Os minutos sopram melodias
Vou acalmando meu lado bicho
Agora sou apenas um espectro
Deformado enquanto ser
Para a luz do dia ver-me, de novo, renascer.



Sou negro
Dizem que tenho a pele negra
Mas quando olho para ela
Não consigo enxergar essa cor
Ela tem tons de chocolate com um toque de café
Muitos me olham com asco
Sei que pareço um deficiente
Para aqueles ditos inteligentes
Não quero ofender, mas que eu saiba
A cor do meu sangue é igual a sua
Um vermelho denso e brilhante
Meus dentes são tão brancos
Meus cabelos, para muitos pixaim,
É motivo de orgulho para mim
Seu desdém, às vezes, me magoa,
Mas tenho para mim que você
Em algum momento de sua
Tão divertida existência
Gostaria de ser como eu
Já nasci com o gingado no corpo
Rebolo meus quadris com suavidade
Meus pés deslizam ao som do cavaquinho
Do agogô e do tamborim 
Tenho o sorriso solto e meus antepassados
Foram reis e rainhas repletos de histórias
Talvez por isso tenhamos sido aprisionados
Mas apenas o corpo sofreu os flagelos
Da sua pequenez e ignorância
Nossa alma é livre
Nossos mitos yorubás
São nossos protetores e guias
Sou negro e orgulho-me de sê-lo
Minha história vem antes da sua
E por mais que você me ignore
Sou presente, tenho presença,
Sou forte e desejado
Sou negro, sou força, sou fruto
Da natureza que me dá vida
Na esperança constante que a proteja
Cometo erros assim como você
E pago bem mais caro pelo simples fato
De ser negro
Não tenho raça, tenho alma.
E os matizes amarronzados da minha pele
Não deveriam ser as únicas formas de nos
Diferenciar e ignorar.





sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Um dia qualquer apenas ouvindo o vento
Ele chega e se acomoda ao meu lado
Nossos olhos se encontram
E o sorriso brota em nossos lábios
Nenhuma palavra é dita
A eletricidade é intensa
Sinto minha pele arrepiar
Não sei por quanto tempo ficamos assim
Nossa comunicação se dá por gestos
Caminhamos para lados opostos
Mas onde quer que estejamos
Nossos olhares se cruzam
Trocamos confidências 
Com o arquear de nossas sobrancelhas
Ficamos nesse jogo silencioso
E ao final quando tudo se aquieta
Nos reencontramos
Nos tocamos 
Nos sentimos
Sem palavras, apenas silêncio
A voz dos olhos
E o melodioso toque das bocas
E nos desfazemos
Como fumaça no ar

5ª Mostra Cultural Yalla Bina traz como tema "PALVRAS DANÇANTES". Os bailarinos interpretam, através da beleza da dança, alguns de meus poemas. Muito feliz de participar desse projeto...





Vontade...
Vontade de sentar a beira mar
Meus pés deixar a água tocar
A brisa meus cabelos embalar
Soltar suspiros no ar
E permitir que o silêncio venha me ninar
Vontade...
Vontade de simplesmente me largar
E nas água profundas meu corpo mergulhar
Despir-me das fantasias e para o sol cantar
Elevar meu espírito e com o vento voar
Vontade...
Quantas vontades no ser humano há
E nem todas possíveis de se realizar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012


Medo

Como um véu negro deslizando sobre a pele

Causando arrepios, acelerando minha pulsação

Olhos arregalados na eminência do contato

Tateio o vazio, meu corpo estremece

Sinto frio, como se lâminas me atingissem

Os ouvidos aguçados na esperança

De escutar alguma coisa

Vislumbro uma sombra e

me desespero...

Deparo-me com o vazio

O silêncio é cortado por batidas

Acredito ser alguém à porta

Aguço ainda mais os ouvidos

Grito esperando ser ouvido

Mas nada acontece

Respiro como se o ar tivesse me abandonado

E percebo que as batidas alucinadas

Era meu coração

Eu já o sentia na boca

A noite escura e desequilibrada 

Parece brincar com minhas emoções

Os minutos pingando em horas

Meus nervos em frangalhos

Ficam alerta com qualquer movimento

As mãos tremem, o suor é pegajoso

Não consigo ver nada, o silêncio revolve

Cada centímetro a minha volta

Fareja-me como um cão

Consigo ver suas presas

E os seus olhos negros em mim

Um raio corta minha visão

A aurora desponta

O cão desaparece, respiro

Lentamente volto ao meu estado normal

O medo como criatura apavorante

Rondou-me na noite passada

E como amante sedento sugou minhas forças

Deslizo para o chão, exausto

Fecho os olhos e num último suspiro

Adormeço...

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

E fui deletando tudo
Sem pensar ou interrogar
Apaguei sem dó nem misericórdia
Foi tudo para o lixo
Abri pastas lancei um olhar de desdém
E apaguei no ritmo alucinado
De um Jimi Hendrix sendo engolido
Por seus demônios em Peace in Mississipi
Paz é tudo o que não encontro
Mas a sensação de jogar fora
O que me consome em pesadelos
Traz um certo alívio e as emoções
Ora tranquilas e serenas
Ora enlouquecidas e sangrentas
Apazígua minha alma
Que perdeu o curso e gira
Em seu eixo como se desamparada
Não lamento nada
Não me arrependo de nada
Na tela um cursor que pisca
Silenciosa e pacientemente
Cruzo as mãos e sigo o ritmo
Respiro como se há muito
O ar me faltasse
Existe um silêncio ao meu redor
Nem o tempo se arrisca a me confrontar
Mergulho no meu infinito
Tento deletar as lembranças
Imagens do que transformou-se em passado
E me descubro impotente
Posso jogar fora o que me é palpável, visível
Mas jamais o que se tatuou em memória
Porque faz parte de minha história



terça-feira, 2 de outubro de 2012

Pode ser...


Pode ser que num dia desses qualquer
Eu me encontre totalmente livre de você
Pode ser que num dia desses qualquer
Sua lembrança não passe de um retrato
Envelhecido e amarelado pelo tempo
Pode ser que eu chore 
Quando a noite me abraçar
Pode ser que eu dê boas gargalhadas
Quando o sol vier me acordar
Pode ser que tudo vire uma grande confusão
Pode ser que a dor seja minha libertação
Pode ser que eu vire a esquina 
E me depare com o grande amor da minha vida
Pode ser que eu cruze a rua e seja levada
Para outros mundos, outras galáxias
Pode ser que eu chore ou sorria
Pode ser que eu ame ou odeie
Podem ser tantas coisas ou coisa nenhuma
E a decisão será sempre minha
Pode ser...

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A poesia cochicha em meus ouvidos
Ela vem toda faceira
Sopra suavemente doces palavras
Acaricia com cuidado meu pescoço
Mordica o lóbulo de minha orelha
Causando deliciosos arrepios
Se insinua com toda sua sensualidade
Deixa um doce cheiro de mistério no ar
Ela se aconchega ao meu peito
E me aquece com todo seu calor
A poesia é uma cafajeste
Pois ama a mim e a todo mundo
Não a culpo por isso
Pois sei que quando está comigo
Está ali por inteiro
E me acabo nessa luxúria poética
Saboreio o que ela me dá
Pois também passeio por outros cantos
Dou alguns beijos nos contos
E sempre que posso durmo com o romance
Mas é com a poesia que me entrego inteira
Ela me conhece intimamente
Sabe todos meus defeitos
Se enamora de minhas qualidades
Ah, minha doce poesia
Quando você chega sem avisar
É quando mais desejo te namorar




quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quando sou falante o verbo domina o espaço
Irradiando vibrações
Espelhando e refletindo momentos, às vezes,
Dissociados do que realmente
Me acontece internamente
É quando me calo que o silêncio fala mais alto
Escondida do mundo vago lentamente
Entre o escuro e o claro
Travo guerras internas com meus demônios
Afasto-me de todos e me desfaço em pedaços
Na tentativa frustrante de me conhecer
Saio de mim para tentar me encontrar
Mas não posso afastar-me tanto
É preciso voltar e encarar rostos 
Falar quando meu desejo é calar
E assim na luminosidade ofuscante do dia
Maqueio o rosto de forma a esconder a alma
Cumpro com meu papel existencial
Aguardando o próximo momento
Quando posso de novo me afastar
E em algum lugar, longe de rostos e vozes
Continuar essa busca de mim mesma
Hoje os olhos não têm brilho
A voz não tem melodia
E meu caminhar é arrastado
Mas um dia minha busca se encerrará 
E aí então poderei me livrar
Desse invólucro que recobre meu espírito
E partirei para nunca mais voltar.




segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sabe por quê eu gosto de você? Porque eu não preciso fazer mais nada além disso, simplesmente gostar e me deliciar com os prazeres que este gostar me proporciona...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O poder de um símbolo
Pequeno, singelo 
E tão cheio de significado
Aparentemente inofensivo
Mas capaz de causar
Tanta dor que o corpo
Perde suas forças
E se alquebra 
Em pedaços de difícil restauração
O poder de um símbolo
Não exige palavras
Gestos ou atitudes
Apenas a sua presença
Em instantes o que parecia sonho
Transforma-se em pesadelo
É o massacre da alma
Não houve discussão
Prévia anunciação
Foi apenas a sua presença
Pequeno, quieto
Silencioso em palavras
Mas poderoso e articulado
Enquanto símbolo
O poder de um símbolo
Símbolo...símbolo...símbolo

quinta-feira, 13 de setembro de 2012







Cacos
Vander Lee

Ok, você pediu
você plantou
você se abriu
você sonhou
e acordou
entre suspiros
a olhar para a distancia
uma vida a esperar...
por quem você mal viu
e até chorou
quando partiu
que procurou
mas estava a mil
agora esquece essa intenção
que a vida acende
o candelabro da razão
juntando outros lados
da mesma questão,
as cartas na mesa
e as cinzas no chão,
dispenso as certezas
mas presto atenção
recolho meus cacos
e deixo nos braços da canção
e vou dar uma volta
olho a minha volta
nada tem volta
volta

...
Queria apenas planar e sentir
O vento e o cheiro do ar
Queria ficar ali imóvel para sempre
O som agora é mais intenso
As notas martelam sucessivamente
E sinto farpas a perfurar minha pele
Desejo a dor como desejo o ar
Levanto-me, movo-me
Estremeço e giro
A voz não sai, mas escuto meu grito
De repente o silêncio
O cansaço, a tristeza
As lágrimas, escondidas atrás do sofá,
Aproximam-se e tentam me embalar
Balanço de um lado para outro
Acompanho as batidas finais da canção
Sinto desfazer-se em pedaços
Meu pobre coração
O chão está frio, mas não ligo
E ali me deixo consumir
Já não existe mais som
Já não existe mais dor
Já não existo
Já... Não...
Não...


‎"A gente sabe que é amor quando deseja que o outro seja feliz, tenha sucesso e alcance a paz desejada e a leveza de espírito, mesmo não estando ao seu lado..." Jacqueline Batista

Na postagem anterior o A grudou no Gente que foi uma coisa...rs
Voar, voar
Alcançar as estrelas
Mastigar os sonhos
E jogá-los como pétalas
Em um jardim de esperanças
Flutuar ao sabor do vento
Conquistando e acariciando o tempo
Corpo e alma juntos
No prazer de ser um
Respirando a liberdade
De saber se único
Livre, sem pressa de amanhã
Sem necessidade de palavras
Promessas, sentimentos vazios
Boca que beija a vida
E alimenta-se de prazer
O prazer das mãos que se tocam
De corpos que se desejam
De acordar pela manhã
Sem a obrigação do ontem
Como um cavalo selvagem
Cavalgar rumo ao infinito
Cabelos ao vento
Amar sem a necessidade de retorno
Sem cobranças ou obsessões
Sem correntes ou amarras
Cavalgando em campo aberto
De coração aberto...
Meu hoje me preenche com a certeza
De saber-me ser liberto dos grilhões
Que ontem tolhiam minha alma
E impediam meu caminhar
Meu hoje me permite ser
Quem sempre desejei
E o espelho reflete
A alma que nunca se cansa
Do meu eterno desejo de voar
Voar, voar, voar...








A gente sabe que é amor quando deseja que o outro seja feliz, tenha sucesso e alcance a paz desejada e a leveza de espírito, mesmo não estando ao seu lado...

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Menina morena
Suave, pequena
Tão doce e serena
É menina morena
Que voa, flutua
Dança no ar
Como uma pequena pena
É menina morena,
É menina pequena
No suave dançar
Caminha no ar
Beijando o vento
Sorrindo, cantando
Menina morena
Menina pequena
Sua voz é melodia
Que hipnotiza o tempo
Ah, menina morena
Ah, menina pequena
Me ama sem pena!


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O corpo é uma dor só
Todos os músculos enrijecidos
Chego a agradecer por essa dor
No aparelho de som uma música, 
Não entendo a letra e nem quero
O volume está tão alto é quase ensurdecedor
Mas não me importo, o barulho
Impede o volume dos meus pensamentos
A dor física é como um analgésico
Desejo que ela se intensifique
Quero me encolher em um canto
Abraçada aos joelhos reduzir-me
A um grão de pó abrigado
De olhares  questionadores
Mexo um pouco os braços
E tenho espasmos e arrepios
Fui lançada ao abismo
E nem me dei conta da altura
Queria apenas planar e sentir
O vento e o cheiro do ar
Queria ficar ali imóvel para sempre
O som agora é mais intenso
As notas martelam sucessivamente
E sinto farpas a perfurar minha pele
Desejo a dor como desejo o ar
Levanto-me, movo-me
Estremeço e giro
A voz não sai, mas escuto meu grito
De repente o silêncio
O cansaço, a tristeza
As lágrimas, escondidas atrás do sofá,
Aproximam-se e tentam me embalar
Balanço de um lado para outro
Acompanho as batidas finais da canção
Sinto desfazer-se em pedaços
Meu pobre coração
O chão está frio, mas não ligo
E ali me deixo consumir
Já não existe mais som
Já não existe mais dor
Já não existo
Já... Não...
Não...






segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Afaga-me os sentidos o desfecho de uma agonia
Que devorava meu já tão frágil coração
O rompimento de uma linha
Que mantida presa apenas por minhas ilusões
Permitiu-me um vôo leve e livre
Desse corpo viciado e acomodado
Qual brisa fresca em manhã de primavera
Sorvi o perfume da liberdade
Meus olhos tão cegos voltaram a enxergar
E viram a beleza de novos horizontes
O calor do sol aqueceu minhas vontades
E revelou minha verdadeira face
Não de rugas de sentimentos não correspondidos
Mas de sabedoria e lucidez de 
Saber-me essencial e especial
Um ser humano de brilho raro
Merecedor da imensidão do universo
E de um amor que me é tão caro.
A minha deusa interna rejubila-se
Com o nascimento ou renascimento
Do que se deseja e quer
Daquela que se despe da velha casca
E se reconstrói MULHER... 

A vida segue...


           (Homenagem ao Dr. Juarez Altafin um dos fundadores da UFU)


A vida segue
Descalço, calças curtas
Correndo pelas calçadas
E brincando com o mundo
Nas inúmeras viagens pelo imaginário
A vida segue
Com calças compridas e sapatos
Terno engomado, o chapéu do lado
E livros embaixo do braço
Das viagens imaginárias a realidade das viagens
A vida segue
Com responsabilidades e livros
A maioridade e os livros
A sensatez e os livros
O trabalho e os livros
Depois o descanso
O repouso necessário
O sorriso maroto, o gracejo 
E o grande respeito pelo outro
A vida segue
E se escreve nas linhas tecidas
Desse grande livro chamado VIDA
E a VIDA segue...

                                                  Jacqueline Batista
                                  17 de agosto de 2012

Pizza



Um pouco de farinha, água e um quase nada de sal e açúcar
Ingredientes que vão se transformando ao se juntar
Nessa alquimia de sabores vejo uma bola macia se formar
Essa bola é amassada, sovada, enfarinhada
E como brincadeira de criança em cama elástica
Jogada de um lado para outro e lançada ao céu
Depois a calmaria, o necessário repouso, 
A massa é aquietada e acomodada para seu descanso
O tempo passa e de novo entregue às mãos
Que a transforma em enérgicas sovadas, 
Já em forma de disco recebe azeite pincelado
E um perfumado e colorido molho encorpado
No aconchego do forno a massa intensifica seu aroma
A maciez e seu tom que mistura dourado e avermelhado
As brasas e a fumaça da madeira queimada
Agrega-lhe um inconfundível sabor defumado
De volta à mesa recebe uma cobertura generosa de queijo
E rodelas tenras e doces de tomates vermelhos
E no calor generoso o queijo derrete 
E junto aos tomates liberam sucos que se misturam
E borbulham formando uma crosta crocante
Para saborear essa massa de cobertura suculenta
Folhas verdes de manjericão e um fio gênero de azeite
E a rainha dos domingos preguiçosos e horas vagas
Marguerita ou simplesmente pizza aqui apresentada
É lhes dado em oferenda para seu deleite.

                                                               Jacqueline Batista para o 22º Sarau Gotas Poéticas...



Entardecer em Ouro Preto
As badaladas avisam que o sol está quase a se por
As montanhas ao redor parecem abraçar
Esse aglomerado de construções antigas 
E tão cheias de memórias
O silêncio pede lugar 
E o vento que toca minha pele
Parece um amante desejando beijar minha face
O azul já se despede
O laranja e o rosa começam a dar suas pinceladas
Como em uma pintura
Vejo uma tela se formar
Culturas diversas compartilhando o mesmo espaço
Em uma única língua
A língua da poesia
Aguço os ouvidos e pareço ouvir
Trazida pelo vento
A lira de Dirceu à sua amada Marília

"Espera, que eu vou.
Minha alma, que tinha
Liberta a vontade,
Agora já sente
Amor, e saudade,
Os sítios formosos me agradaram,
Ah! Não se mudaram;
Mudaram-se os olhos,
De triste que estou.
São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou."

E como o sol, também me despeço do dia
Desapareço no tempo
Volitando pelo espaço
Pego carona no vento.

                                                                                                      Jacqueline Batista

"trecho de "Marília de Dirceu" de Tomás Antônio Gonzaga


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O cursor pulsa diante da página em branco
Há tanto a dizer, mas as palavras recusam-se a sair
Na noite passada lágrimas lavaram meu rosto
E a tristeza veio cobrir meu cansado corpo
O dia chegou, mas o sol não me aqueceu
Sinto um vazio dentro e ao redor de mim
Não existe qualquer tipo de sentimento
Não há raiva, mágoa ou rancor
Não há brilho nos olhos e nem luz na minha alma
O espelho não reflete nada
O que aconteceu na noite passada?
O que fiz a mim mesma?
Os olhos secos e o silêncio
As pedras recolhidas ao longo do caminho
Vejo agora transformadas em muro
Muro que me protege de amar de novo
Muro que me protege de desejar de novo
Muro que me emudece
Esse muro me encerra em recontorcida massa
Esvaziada, infértil, seca...
| o cursor apenas pulsa
Não existe emoção
| o cursor apenas pulsa 
Indiferente as batidas do coração

Ah, que vontade das teclas apertar
Os números eu sei de cor
Ouvir sua melodiosa voz
Seria como escutar Chopin
Na tarde avermelhada do inverno
Seu sorriso como presente
Agora é tudo que eu queria
Se eu não me acovardasse
De pronto jorraria toda minha paixão
E abraçaria a noite com muito mais tesão
Mas não sou de migalhas
Admiro os pássaros que se saciam com tão pouco
Sou mulher de pão inteiro
Minha gula não permite apenas uma gota
Quero sorver todo o seu ser
Ah, quem me dera despojar-me do orgulho tolo
E a você me entregar, mas é melhor não
Dói essa minha decisão
Mas sofreria muito mais
Se num rompante insano
Perdesse o que ainda me resta de razão.


E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...