terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Alguns dias, horas e então esse ano chega ao fim.
Um ano que mais me maltratou que amou,
Que rasgou minha pele e deixou feridas,
Que lavou minha face com gotas salgadas
E cobriu minha alma com sombras.
Frágil corpo que foi ao chão tantas vezes,
Mas que se levantou e com dores não se alquebrou.
Vejo agora, como filme em minha memória,
Os sorrisos nos lábios quando
A vontade era de chorar.
A dor no peito da saudade que machuca,
O sim quando o desejo era gritar o não.
Não peço nada para o ano que chega
O cansaço não me permite desejar.
Levarei na bagagem apenas uma certeza,
Que podem me derrubar
Podem me fazer chorar
Podem ignorar minha maneira de ser
Podem ignorar o meu querer
Eu serei sempre eu
Com minha anormalidade escancarada
E minha vontade de encontrar
O sol em cada nascer de um novo dia.
E mesmo debaixo da chuva fria
Estarei aquecida pelo sangue que
Corre nas veias e contra tudo
Acreditar que a solidão é opção
E com ela sinto-me muito bem acompanhada,
Pois estou dentro do meu mundo
Tantas vezes criticado e questionado,
Mas que não vive de aparências
Muito menos de sorriso e falas falsas.
Seguirei sozinha, mas seguirei
O que vou encontrar só depende
Das escolhas que farei e das
Pessoas que desejarei a meu lado.
Sinto-me como cega ontem
E livre do negro véu hoje.
Não faltarão críticas e pelejas
Não faltarão comentários e sermões
Não faltarão verdades e conhecimento...
Ontem cega, hoje surda
Meu silêncio será música
Que alimentará minha alma
Assumo de vez todos os adjetivos
A mim apregoados...
Não sou boa moça e jamais o serei
Quero a liberdade de falar o que penso
De fazer o que tiver vontade,
De ser um SER HUMANO
E não uma coisa estereotipada
Manipulada por ilusões e fantasias.
Já conheço o meu fim
E isso é a única verdade que
Tem real significado para mim.



E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...