Um dia qualquer apenas ouvindo o vento
Ele chega e se acomoda ao meu lado
Nossos olhos se encontram
E o sorriso brota em nossos lábios
Nenhuma palavra é dita
A eletricidade é intensa
Sinto minha pele arrepiar
Não sei por quanto tempo ficamos assim
Nossa comunicação se dá por gestos
Caminhamos para lados opostos
Mas onde quer que estejamos
Nossos olhares se cruzam
Trocamos confidências
Com o arquear de nossas sobrancelhas
Ficamos nesse jogo silencioso
E ao final quando tudo se aquieta
Nos reencontramos
Nos tocamos
Nos sentimos
Sem palavras, apenas silêncio
A voz dos olhos
E o melodioso toque das bocas
E nos desfazemos
Como fumaça no ar
Todos os poemas e crônicas apresentados nesse blog, salvo algumas excessões, são de autoria de JACQUELINE BATISTA. Os que não pertencem a essa autora recebem seus devidos créditos... LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Vontade de sentar a beira mar
Meus pés deixar a água tocar
A brisa meus cabelos embalar
Soltar suspiros no ar
E permitir que o silêncio venha me ninar
Vontade...
Vontade de simplesmente me largar
E nas água profundas meu corpo mergulhar
Despir-me das fantasias e para o sol cantar
Elevar meu espírito e com o vento voar
Vontade...
Quantas vontades no ser humano há
E nem todas possíveis de se realizar.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Medo
Como um véu negro deslizando sobre a pele
Causando arrepios, acelerando minha pulsação
Olhos arregalados na eminência do contato
Tateio o vazio, meu corpo estremece
Sinto frio, como se lâminas me atingissem
Os ouvidos aguçados na esperança
De escutar alguma coisa
Vislumbro uma sombra e
me desespero...
Deparo-me com o vazio
O silêncio é cortado por batidas
Acredito ser alguém à porta
Aguço ainda mais os ouvidos
Grito esperando ser ouvido
Mas nada acontece
Respiro como se o ar tivesse me abandonado
E percebo que as batidas alucinadas
Era meu coração
Eu já o sentia na boca
A noite escura e desequilibrada
Parece brincar com minhas emoções
Os minutos pingando em horas
Meus nervos em frangalhos
Ficam alerta com qualquer movimento
As mãos tremem, o suor é pegajoso
Não consigo ver nada, o silêncio revolve
Cada centímetro a minha volta
Fareja-me como um cão
Consigo ver suas presas
E os seus olhos negros em mim
Um raio corta minha visão
A aurora desponta
O cão desaparece, respiro
Lentamente volto ao meu estado normal
O medo como criatura apavorante
Rondou-me na noite passada
E como amante sedento sugou minhas forças
Deslizo para o chão, exausto
Fecho os olhos e num último suspiro
Adormeço...
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