sábado, 4 de outubro de 2014

A arte de se encantar


                                                          

Manhã de primavera com cara de outono
O sol disputando a beleza com o céu azul
O vento trazendo com ele pequenos vislumbres
De história a ser contada, cantada, manifestada
Sentar à mesa junto ao bule de café
Café preto, colhido, torrado e moído
Rodeada de amigos novos e antigos
Abrir os olhos e os ouvidos
E permitir que memórias venham nos encantar
Nesta escuta destituída de interferências
Que nos leva a viajar nessas lembranças
Recheadas de personagens que viraram história
Que se materializaram no barro modelado
Nas mãos que dançam no ar como se o movimento
Fizessem essas lembranças bailar
O perfume do mato, o galo que chegou tarde
Mas ainda acha que vale a pena cantar
Essa simplicidade tão cheia de verdade
Esse encontro de riquezas que não tem
Moedas que possam esse instante pagar
A indescritível arte de se encantar





E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...