quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sabiá

La na mata canta alto o sabiá
Seu canto triste e melodioso
Vem nas ondas me mostrar
Que saudade quando doida
Só faz a gente chorar
Canta de lá o sabiá
Canta aqui o meu destilar
Juntos nessa saudade chorosa
Que faz esse caboclo cantar
Nas tardes que alaranjam seu olhar 
No coração apertado de tanto amar
Canta de lá meu sabiá
Canto eu cá para te acordar
Canta sabiá
Encanta meu pesar.

Minha mentira


A maior mentira de todas foi a que
Eu mesma contei para mim
Menti sentimentos pelo medo da solidão
Menti sorrisos para esconder as lágrimas
Menti sofrimento para esconder minha dor
Fantasiei castelos para esconder minha choça
Fantasiei desejos para esconder a frustração
Gritei alto na alma para abafar a troça
Menti e fantasiei para enganar minha verdade
Mas ela não perdoa e nem tem piedade
Rasga minha pele e lança sal de sanidade
O ardor é tanto que mesmo me contorcendo
Vou me arrastando, vou vivendo...
E a imagem deixada no espelho
Reflete apenas a sombra daquela
Que um dia acreditou que tudo seria possível
Mas que tornou-se um ser risível.
Ai de mim se não fossem as metáforas e as metonímias
Minha vida seria um copo cheio,
Transbordando de vazio eterno,
Na busca constante do saber saboroso...

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...