quarta-feira, 11 de julho de 2012


O que dizer nessas tardes frias de inverno
Que transforma meus dias curtos
Em noites longas e de agonia ou, 
Em alguns momentos, alegria.
Tardes largadas debaixo do cobertor que aquece o corpo,
Mas não aquece o coração que, acabrunhado,
Se vê desanimado diante do filme de amor.
Essas comédias que não me fazem dar risada,
Que na verdade não me transmitem nada.
E vou esgueirando-me do tempo na
Tentativa infeliz de fugir de mim mesma
Como se eu pudesse sabotar sentimentos
Refugiados nessas águas turvas do viver.
Se nada tenho a dizer posso pelo menos querer:
Querer a primavera rejuvenescida e florida
Com brisas leves e doces perfumando o corpo;
Querer as noites de lua cheia abraçada a nudez
De meus desejos insaciados.
Mas enquanto a primavera não vem
Aqueço-me de tuas lembranças
Revistando as memórias e apalpando
A carne que sente as vibrações ao simples toque,
E que vai se aconchegando na maciez do algodão
E adormecendo nos braços ternos da solidão.


terça-feira, 10 de julho de 2012


Devolve meu coração?
Ele lhe foi dado de presente
E como o embrulho nunca foi desfeito
Pedí-lo de volta nem me deixa sem jeito 


Devolve meu coração?
Preciso dele para me apaixonar de novo
E sentir seu calor invadir todo meu corpo


Devolve meu coração?
Ele não lhe fará a menor falta
Pois o presente que ora foi dado
Nunca recebeu qualquer coisa de volta.


Devolve meu coração?
Não sei o que dói mais
Se os quilometros intermináveis
Mas passiveis de se serem percorridos ou
A indiferença manifestada como espinho
Que cravada no coração
Estraçalha a alma...


Imagine escrever um poema para retirar da cabeça quem se ama.
E ao longo de todo processo você se apaixona ainda mais por ele...

O poeta



O poeta morre a cada entardecer
Afundado em suas angústias e inquietações
Com a alma dilacerada e o corpo alquebrado
Nas feridas abertas de suas frustrações
O poeta morre a cada anoitecer
No lamento à lua com a face encharcada de lágrimas
Desejando o brilho das estrelas por companheiras
Nesse silêncio que rasga e embala a noite inteira
O poeta invade a madrugada
Entre um copo e outro na boemia solitária
Diante de uma folha em branco
As letras fazem uma dança sensual a sua frente
Não permitem que as toquem e evolam pelo ar
O poeta renasce a cada alvorecer
Despido do ontem e esmaecido com a certeza
Latejante nas têmporas de ter sobrevivido
E ao lado da fumegante xícara de café
Desperta seus sentidos e se reconstrói
Se veste, abre a janela e respira a sua fé.




E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...