quarta-feira, 11 de julho de 2012


O que dizer nessas tardes frias de inverno
Que transforma meus dias curtos
Em noites longas e de agonia ou, 
Em alguns momentos, alegria.
Tardes largadas debaixo do cobertor que aquece o corpo,
Mas não aquece o coração que, acabrunhado,
Se vê desanimado diante do filme de amor.
Essas comédias que não me fazem dar risada,
Que na verdade não me transmitem nada.
E vou esgueirando-me do tempo na
Tentativa infeliz de fugir de mim mesma
Como se eu pudesse sabotar sentimentos
Refugiados nessas águas turvas do viver.
Se nada tenho a dizer posso pelo menos querer:
Querer a primavera rejuvenescida e florida
Com brisas leves e doces perfumando o corpo;
Querer as noites de lua cheia abraçada a nudez
De meus desejos insaciados.
Mas enquanto a primavera não vem
Aqueço-me de tuas lembranças
Revistando as memórias e apalpando
A carne que sente as vibrações ao simples toque,
E que vai se aconchegando na maciez do algodão
E adormecendo nos braços ternos da solidão.


E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...