terça-feira, 10 de julho de 2012

O poeta



O poeta morre a cada entardecer
Afundado em suas angústias e inquietações
Com a alma dilacerada e o corpo alquebrado
Nas feridas abertas de suas frustrações
O poeta morre a cada anoitecer
No lamento à lua com a face encharcada de lágrimas
Desejando o brilho das estrelas por companheiras
Nesse silêncio que rasga e embala a noite inteira
O poeta invade a madrugada
Entre um copo e outro na boemia solitária
Diante de uma folha em branco
As letras fazem uma dança sensual a sua frente
Não permitem que as toquem e evolam pelo ar
O poeta renasce a cada alvorecer
Despido do ontem e esmaecido com a certeza
Latejante nas têmporas de ter sobrevivido
E ao lado da fumegante xícara de café
Desperta seus sentidos e se reconstrói
Se veste, abre a janela e respira a sua fé.




Nenhum comentário:

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...