segunda-feira, 21 de dezembro de 2015


                                       
                                                       Eu e as muitas de mim - manipulação digital 


Nunca mais é aquilo que gostaria de tornar verdade
Mas minha alma e carne são fracas por demais
E esse nunca mais dura sempre o tempo
De cicatrização da ferida
E mais uma vez
O nunca mais
Torna-se expressão esquecida
E me aconchego a Hilda Hilst
Que me acolhe em seu berço de palavras:

"O Nunca Mais não é verdade.
Há ilusões e assomos, há repentes
De perpetuar a Duração.
O Nunca Mais é só meia-verdade:
Como se visses a ave entre a folhagem
E ao mesmo tempo não
(E antevisses
Contentamento e morte na paisagem).
O Nunca Mais é de planícies e fendas.
É de abismos e arroios.
É de perpetuidade no que pensas efêmero
E breve e pequenino
No que sentes eterno.
Nem é corvo ou poema o Nunca Mais.
(H.H. in: CANTARES DO SEM-NOME E DE PARTIDAS)"

(Jacqueline Batista e Hilda Hilst)

domingo, 15 de novembro de 2015





Depois de horas sobre livros, artigos e anais
Dei-me  o direito de um pouco de leveza
Fui zapear  pelas ondas e me perdi
Entre a tristeza e o horror
Entre a angustia e o sofrimento
Lamentei cada episódio
Da guerra sem fim de povos
Que não se entendem e nada entendem
Sobre o sentido da vida
Sobre o sentido da palavra amor
Deixada por aqueles que jamais
Falaram em guerra
Até a morte da alma natureza
Da morte de pessoas simples
Com seus dias simples
Com suas histórias simples
Morre uma história
Vitimada pela ganância e poder
Ver lágrimas na voz embargada
Dos amigos de lá, dos amigos de cá
Saber que percorri pelas duas ruas
Que senti os cheiros, os risos
A alma leve de cada lugar
Doi me profundamente
Lá e cá perdas irreparáveis
E a certeza de que não somos nada
Que cada dia é único
Que se o perdemos
Perdemos a chance de um viver melhor
Que haja luz para essas almas sofridas
Que sejamos mais humanos
Que a vida seja nossa principal riqueza

domingo, 11 de outubro de 2015

Autonomia (Wislawa Szymborska)

"Diante do perigo, a holotúria se divide em duas:
deixando uma sua metade ser devorada pelo mundo,
salvando-se com a outra metade.

Ela se bifurca subitamente em naufrágio e salvação,
em resgate e promessa, no que foi e no que será.

No centro do seu corpo irrompe um precipício
de duas bordas que se tornam estranhas uma à outra.

Sobre uma das bordas, a morte, sobre outra, a vida.
Aqui o desespero, ali a coragem.

Se há balança, nenhum prato pesa mais que o outro.
Se há justiça, ei-la aqui.

Morrer apenas o estritamente necessário, sem ultrapassar a medida.
Renascer o tanto preciso a partir do resto que se preservou.

Nós também sabemos nos dividir, é verdade.
Mas apenas em corpo e sussurros partidos.
Em corpo e poesia.

Aqui a garganta, do outro lado, o riso,
leve, logo abafado.

Aqui o coração pesado, ali o Não Morrer Demais,
três pequenas palavras que são as três plumas de um vôo.

O abismo não nos divide.
O abismo nos cerca."
(Tradução coletiva - inimigo rumor)


(Holotúria - pepino do mar)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Raiva...
Emoção latente, aprisionada
Fica ali, engasgada
Fere a garganta
Machuca a voz
Que sai entrecortada
Revirada
Luta uma luta insana
Quer sair, se exprimir
Mas só consegue se reprimir
O rosto se transforma
O corpo contorce, retorce
Grita de dor
Um grito contido, mudo
Uma marionete deixando-se manipular
Os lábios trancam, há muito a falar
O silêncio é mais forte
Um silêncio de sofrimento
Carrega o peso das vidas
Vividas sem cor
Ausentes, displicentes
Raiva...
A alma esbraveja
Quer sair, se desnudar
Limpar-se da agonia
Que a impregna
Mas é só silêncio
Contido, duro
E o grito emudece outra vez
E o corpo queda-se inerte



Uma coisa eu tenho que dizer
Não há outro igual a você
Ninguém até hoje
Bagunçou minha vida assim
Desarruma tudo, deixa uma confusão
E saí de fininho como se não tivesse intenção
Me deixa largada, desamparada
Recolhendo os pedaços no chão
Não olha para trás, e eu fico vagando
Não sei se te enfrento ou sigo te amando
Não decifro seu sorriso, ou seu olhar angustiado
Você é uma mistura, uma pintura abstrata
Pincelada em tons diversos
Tem ranhuras, mas não me permiti tocá-las
O destino nos propôs um reencontro
O mais inútil ou intenso de todos,
Mas você não me deixa chegar perto
Não sei se choro, se sofro
Ou se dou muita risada
Histeria ou mero desabafo
Não estamos juntos, o que é um alívio
De tão diferentes somos iguais
Te sinto até quando não o percebo
E é nessa ilusão realista
Fábula de poetisa
Que sinto em todos os meus poros
Amor que não pede troca
Você é essa estrela distante
Fonte de meus devaneios constantes












quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Esse corpo é meu



Foto: facebook
"todas as mãos que querem calar uma mulher são sujas" Mirna Tonus


Esse corpo é meu
Me foi dado como presente
Ele protege minha alma
Das tormentas diárias
Esse corpo é meu
E eu cuido dele
O afago com carinho
O respeito
E o mantenho aquecido
O protejo da ignorância
Do preconceito 
Do machismo que impera
Que insiste em mandar
Que se acha no direito de molestar
Esse corpo é meu
A ele dou o destino que quiser
A ele só se aproxima
Quem eu permitir
Tocá-lo é para pouquíssimos
Se nu ou vestido
Esse corpo é meu

domingo, 20 de setembro de 2015


                                                                    Foto: Mauro Marques


Hoje perguntaram a minha idade, não sei se pelas marcas finas que adornam meu rosto, ou se pela moleca que gargalhava sem o menor receio do que os outros pensavam.
Houve um tempo em que eu dava muita importância a opiniões alheias, que sofria por ver minhas ilusões desmanchando-se no ar. Minha ansiedade e expectativas ditavam meu caminhar e, é claro, o resultado era sempre frustração. O amadurecimento lhe traz uma certeza, viver com paz na alma e no coração, manter sua luz sempre acesa e acima de tudo acreditar em você mesma, no amor que conduz sua vida. O que os outros pensam a seu respeito é problema deles, o que importa é semear amor aonde quer que vá e desejar que esse mesmo amor seja sempre o sol, a luz que dá o verdadeiro sentido à sua vida e a sua forma de ser.
Com toda certeza não é um número que define a minha vida ou quem eu devo ser. Já basta esse mundinho cheio de regras e convenções sociais que somos obrigados a lidar cotidianamente.
Veio-me a mente o trecho de um texto maravilhoso de Saramago, e que a cada dia torna-se um mantra na minha vida.

"Quantos anos tenho?
Tenho a idade em que as coisas são vistas com mais calma, mas com o interesse de seguir crescendo.
Tenho os anos em que os sonhos começam a acariciar com os dedos e as ilusões se convertem em esperança.
Tenho os anos em que o amor, às vezes, é uma chama intensa, ansiosa por consumir-se no fogo de uma paixão desejada. E outras vezes é uma ressaca de paz, como o entardecer em uma praia.
[...]
O que importa se faço vinte, quarenta ou sessenta?!
O que importa é a idade que sinto. Tenho os anos que necessito para viver livre e sem medos. Para seguir sem temor pela trilha, pois levo comigo a experiência adquirida e a força de meus anseios.
Quantos anos tenho? Isso a quem importa? Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e o que sinto..." [José Saramago]

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Foto: Mauro Marques
Um tic tac ao longe lembra que o tempo passa
Lento, constante e ritmado
No abrigo da noite, na companhia
Do copo, da pena, do papel
Devaneio na madrugada
O gosto amargo é doce no final
Me consola como beijo
Deixado na espera da noite passada
Lamentos de horas vãs
Transcritos em versos desconexos
Palavras que dançam à minha frente
Como bailarinas desprovidas de rima
Criaturas noturnas despertam
E se deixam comigo compartilhar
Risos soltos, afagos e sentidos
Noite alta, estou absorvida pela magia da escrita
Alma alerta, desprendida
Um sorriso me vem e sorrio de volta
Nessas voltas um encontro
                              [entre tantos desencontros...]
Sentimentos enevoados
Deixados ao lado, cobertos, recobertos
Último gole... Dourado
Bolhas de sabor explodem na boca
Anúncio de finitude
De tempo necessário...



Foto: Arkadiusz Branicki


Esse corpo é só um corpo
Nada nele reflete o que vai na alma
Ele é duro, frio, vazio
O sorriso não demonstra nada
E o que brilha nos olhos
É tao somente luz qualquer
Esse corpo já não desperta sentido
Esse corpo já não faz mais sentido
É só um corpo esvaído
Um corpo que quando nu 
Não mostra a verdadeira nudez
Apenas os restos que se permite ver
Não há pudor nesse corpo nulo
Não é belo, não é feio, não é nada
Apenas um corpo
Carregado de dor e sofrimento
Que se arrasta comendo o tempo

Romper
        Permanência do ser
Distorção sentimento corpo
                                         corpo
Ilusão fantasia escuridão
Ausência que se faz luz
                                     luz
Nudez de pele de carne
Pudor de vestes reforço
                          esforço
Na tua minha imagem
Desenho que se funde
                          Finge
Já não sou o que ontem fui
Mas flui
Perturba castiga aflige
Imaterial intocável
                    Inefável

Momento de profundo vazio_salvador/BA


Como bem descreveu Aristófanes
Vagamos no mundo
Nessa busca constante
Da parte que nos foi extirpada
Essa dor que sentimos
Essa ausência que não se nomeia
Esse conflito que castiga
Que não dá absolvição
Essa sensação solitária
Como gozo sexual
Que é sempre do próprio gozo
                            [Que se goza]
E que ao final desse prazer ilusório
Do esvaziamento
                    [rompimento]
Voltamos a solidão desse corpo
Retornamos a esse vazio
Ao caminho de pedra
Obstáculo ou mera escusa
Vaguear ilusório do obstante amar
                                      A...
                                          Mar...




E... Se...
E se eu juntasse tudo
E de repente fizesse sentido
E se eu me permitisse
Acreditar um minuto que fosse
No que a mim se apresenta
E se a realidade não fosse tão crua
E se o meu olhar não fosse tão crítico
E se eu esquecesse o ontem
E se eu não pensasse no amanhã
E se eu olhasse com carinho o hoje
E se cada segundo fosse o último
E... se...
E se eu não tivesse permitido tanto
E se eu não tivesse aceitado tanto
E se eu não tivesse lutado tanto
E se eu tivesse desistido cedo
E se eu fosse outra e não eu
E... Se...
                           E [sozinho não é nada]
                          Se [apenas conjunção]
E se... juntos pressuposto
Se não é poderia ter sido
Ma o se será sempre interposto



quarta-feira, 27 de maio de 2015

segunda-feira, 25 de maio de 2015


"...
Talvez, quem sabe, no final, eu possa entender
Que FELICIDADE é a forma como eu dou sentido à vida
Encontrando uma ligação entre o meu EU e o que
Está ao meu redor: conhecimento, família,
Comunidade, justiça e espiritualidade
Entre conceitos e desejos retorno a minha casa
E se não cheguei ao destino final como havia desejado
Descubro que a tristeza é quase uma constante
Que existe FELICIDADE sim, mas ela pode ter FIM."

                             
 (Fragmento do poema "A procura da Felicidade" Jacqueline Batista 
                                  Apresentado no INTER 2015) 

sábado, 18 de abril de 2015

Publico com um prazer enorme esse texto de CLÁUDIA FRANÇA, mestre, amiga, alma de luz. Identifiquei-me muito com ele. Hoje, quando me percebo em outra realidade, com outros desejos e sonhos, quando crenças antigas já não têm mais lugar na minha vida, quando o verdadeiro sentido de SER me faz perceber que o TER ocupa um lugar sem a menor expressão, quando tenho ao meu lado ALMAS GÊMEAS que são meu abrigo, conforto, aconchego, percebo que nosso encontro, providencial, me sustenta e alivia nos percursos pedregosos dessa minha jornada e a torna muito mais leve...

"Quando se fala em "alma gêmea", os terráqueos em geral se dividem em dois grandes grupos: os que acreditam nisso e os que não acreditam. No rigor, a alma gêmea seria outra pessoa com a qual se tem uma empatia imediata, em que são acionados outros modos de conexão intersubjetiva, como a intuição e uma rítmica afim ao outro. A alma se sente em casa quando o outro está perto e as coisas todas se tornam, de certo modo, atemporais, mesmo que a urgência e a efemeridade sejam a tônica dos encontros.
Em jogo nesse embate entre acreditar nisso ou não, a questão mesma de uma predestinação; o esboço da vida já estaria traçado e a cada um de nós só restaria fortalecê-lo com nuances, hachuras, relações de contraste, ritmo, harmonia e desarmonia cromática, texturas. Isso versus uma ideia de que a vida é indefinível, se formando a partir da experiência, o esboço constantemente posto em sua nudez.
Confesso que já sonhei muito com a ideia de destino (e de alma gêmea), mas tenho me tornado mais existencialista. Isso me dá a chance de pensar em minha vida como uma colagem em que os elementos ainda não estão fixados; um vento forte pode abalar a composição ou simplesmente uma sacudida no suporte faz cair os excessos (e isso realmente acontecia comigo, na graduação).
Eu queria muito encontrar uma alma gêmea. Buscava, ao meu modo meio esquisito, encontrar alguém que também houvesse caído da nave espacial. De fato eu a encontrei, mas uma paz danada me veio quando li um livrinho sobre almas gêmeas, e nele a autora dizia que é muito mais freqüente que encontremos almas gêmeas amigas do que um parceiro sexual. O que ocorre é que introjetamos e encampamos a ideia de que a metade da laranja deverá ser um parceiro amoroso; forçamos a barra para que amigos se tornem amantes. Com essa lente, silenciamos diversas potências de encontros de almas irmãs. Ao ler que podemos ter várias almas gêmeas simplesmente no campo das relações fraternais, isso me deu um alívio enorme, uma alegria e paz interior. Me fez perceber um outro desenho de e em minha vida.
O porquê de estar aqui, por exemplo, tão longe de casa. Um dado pragmático: vim a trabalho. Isso empobrece muito a coisa. Mas quando eu penso que eu vim aqui para encontrar a minha alma gêmea sem saber disso, e que eu a encontrei, e que ela não é o meu parceiro amoroso; quando eu reconheço que existe alguém em cuja companhia minha alma sente que o tempo não existe, isso ressignifica tudo, a falta de tempo, as trajetórias distintas, a visão de mundo, a solidão - diferenças sempre enriquecedoras. Em nossos encontros mensais, tudo é descoberta, reencontro, tudo é muito pequeno, ao mesmo tempo que grande." CLAUDIA FRANÇA

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Foto: Internet

Hoje eu parei de frente ao espelho
Fiquei alguns minutos ali 
Olhando cuidadosamente aquela imagem
Como cego que precisa tatear para enxergar
Deslizei os olhos por cada pedaço de carne
Findado o tempo respirei profundo
E como desabafo há muito guardado
Questionei
O que eu estou fazendo nessa vida
E o espelho espelho meu continuou em silêncio
A resposta foi boa
Meus ouvidos é que permaneceram surdos

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pessoas são como livros
Algumas você se encanta no início
Os primeiros capítulos são fantásticos
Mas aos poucos a leitura vai ficando tediosa
Cansativa e por mais que insista
A leitura não desenrola
É melhor fechar o livro e doar
Porque nem vale a pena na estante ficar
Outras, a leitura te consome
Nem vê o tempo passar
E tal como livro bom
Torcemos para nunca acabar
Quando se aprende a ler pessoas
Nada que elas fazem podem te magoar
Pois cabe a você partir ou ficar


Caso ou acaso
Nesse acaso que virou caso
Não por acaso
Foi um só um caso
A banalização do amor
Qualquer um chega e diz meu amor
Ou simplesmente amor
O contexto nem tem importância
Diante do cravo a desabrochar
Vale dizer qualquer coisa
Até meu amor
Meu cérebro ou meu coração
Não digerem essa frase muito bem
Nasce um asco interno
Até repulsa e o que deveria ser prazeroso
Perde todo o encantamento
O amor deixou de ser intenso
Passou a ser qualquer coisa
Assim falada, assim mexida, remexida
Vem como moeda de troca
Por algo que se fez ou tentou fazer


Por que andas tão só? Perguntou o vento
Para sentir o calor do sol e o frescor da grama
Respondeu meu velho corpo
Marcado pelas rugas do tempo
E já despido das vestes das regras
O passarinho cantador, quis saber
Por onde andava o amor
E meus olhos entristecidos
Responderam que o amor
Nunca fora encontrado
Mas a vida toda desejado
A metamorfose do viver
Não me transformou em borboleta
Mas deu me asas para voar

                         



               

Nasci nua e só, embora rodeada
Permaneci no meu mundo vazio e tão limpo
Voltar ao útero às vezes da vontade
Mas é preciso crescer
Passar pelas fases
Tornar-se humano
Com todos os dramas e ilusões possíveis
Nessa viagem que tem destino certo
Vou crescendo e no topo declino
Decresço e no fim volto ao útero
Na terra macia e fria
E assim como cheguei um dia partirei
SOZINHA
Mas de forma alguma vazia


Andei pensando
Não demorei muito e cheguei na esquina
Haviam retalhos de sentimentos espalhados
Pedaços de vida nos cantos
Retornei, virei na rua ao lado
Pus me a correr
Então estaquei
Sacudi a cabeça
Vários pensamentos saltaram de lá
Tontos, atordoados
Sentei, deixei a mente serenar...
Às vezes as pessoas nos magoam e acabamos nos deixando levar pela tristeza.
Algumas palavras, por mais simples que sejam, são como flechas
Que ao atingir uma parte nossa, frágil e sensível, desencadeia
Um processo doloroso de angustia e sofrimento
No primeiro momento a ideia é depositar no outro toda responsabilidade
Nos colocando no lugar da vítima, sempre tão sofrida e coitada
Mas o senhor do tempo, com toda paciência e perspicácia
Nos tira a trava dos olhos e nos permite enxergar além de nossas mazelas
Somos os únicos responsáveis por toda sorte de alegrias e tristezas
Se permitimos que nos tratem de forma grosseira, preconceituosa e com indiferença
Não temos o direito de nos sentir vitimados pelo outro
Se continuamos no caminho que nos causa mais sofrimento que alegrias
É por nossa própria escolha, somos nós que semeamos nossas decisões e desejos
Somos nós a desfrutar dos frutos que advierem dessa plantação
Não devemos obrigar ninguém a gostar de nós, devem fazê-lo por desejo próprio
Quando nos sabotamos, na ilusão de chamar a atenção do outro
Tornamo-nos seres fúteis, chatos, fracos e vazios
Se alguém que você quer muito bem o ignora ou se quer lembra da sua existência
Não deixe de gostar ou demonstrar afeto, não deixe de ser quem é
Porque o outro não tem os mesmos sentimentos que você.
O que realmente importa é o quanto nos amamos e o quanto de responsabilidade
Colocamos nas relações que nos acompanham vida afora.

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...