E eu fiquei ali parada, imóvel...
Até o vento se calou, retirando-se
e me deixando só
Seus lábios macios deslizavam
vagarosamente
Por sobre a pele de meu pescoço
que queimava
Aos poucos a boca abria-se em um
sussurro
As palavras agora eram deitadas em
meus ouvidos
Que desciam até meu coração e ali
se aconchegavam
Suas mãos quentes acariciavam meus
cabelos
E o toque tal como mágica elevavam
meus pés
Deixando-me sem chão, flutuando no
espaço...
Apertada ao teu peito fui sorvendo
teu cheiro
E me embebedando de teu hálito
doce
Já perdida e embriagada fui
lançada ao céu
Arrebatada por mãos e sussurros
Condenada à deliciosa sensação de
desamparo
E o vento retornou e meus olhos
foram abertos
E a imagem se dissolveu...