quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Poema desnecessário...

Que idiota sou


Tentando buscar

Na imensa quantidade de palavras

As mais certas para esse ridículo poema.

Ridículo... O dicionário me diz que é insignificante.

Insignificante... Quase tudo que me enfadonha.

Vou buscando palavras e correndo de todas.

Para muitos é preciso rimar

Rimar combina com amar

E nesse vagar me deparo com o imponente mar.

Continuo essa viagem pela musicalidade

Se me perco na insanidade

É porque já não encontro as palavras certas.

E vai longe minha verdade.

Sigo tecendo essa loucura

Parece que bebo de várias fontes

E cada uma delas me mostra

O quanto ridículo sou.

A verdade é que ao escrever... tecer... sofrer

Despedaço-me em angústias que me consomem.

Nessa insignificante necessidade

De buscar o que tem sentido

Quando o sentido já deixou de sê-lo.

Subestimo minha composição

Distraio-me nessa contramão

E volto ao eterno fazer rimar

Já que rimar combina com amar.

Palavras... Separadas não são nada

Juntas conseguem o mundo transformar.

Vou rimando céu com ar

Mar com amar

E vou me divertindo com o meu possível leitor

Se for crítico então...

A frase será está... Poupem-me, por favor...

Meus doces versos são para apreciar

Criticar é tão desnecessário quanto elucidar.

Consolo na praia (Carlos Drummond de Andrade)

Vamos, não chores.

A infância está perdida.

A mocidade está perdida.

Mas a vida não se perdeu.


O primeiro amor passou.

O segundo amor passou.

O terceiro amor passou.

Mas o coração continua.


Perdeste o melhor amigo.

Não tentaste qualquer viagem.

Não possuis carro, navio, terra.

Mas tens um cão.


Algumas palavras duras,

em voz mansa, te golpearam.

Nunca, nunca cicatrizam.

Mas, e o humour?


A injustiça não se resolve.

À sombra do mundo errado

murmuraste um protesto tímido.

Mas virão outros.


Tudo somado, devias

precipitar-te, de vez, nas águas.

Estás nu na areia, no vento...

Dorme, meu filho.

Devaneios...

Não há sorriso, olhar e nem cheiro como o seu.
Não há distância nesse tempo infinito
Que arranque o meu desejo e o enorme prazer
De estar ao lado seu.
Não há nada que arranhe essa magia,
Essa sensação que se transforma em alegria
No simples gesto de desviar o olhar
E como uma leve brisa te acarinhar.
Não há sensação e nem imaginação
Que percorra o ontem e desmonte essa paixão.
Você veio como uma doce ilusão
Limitou-se a alimentar com doçura
O grande vazio do meu coração.
Não há sorriso, olhar e nem cheiro como o seu.
E o seu toque macio
De minha pele não se perdeu...

Máscara...

Sufoco a dor como quem morre
Perdida no momento...
O vazio apenas me consome
Frustrante esse momento impune
Dor... vazio... solidão
O tempo passado é sensação inexistente
Olho pra trás e não vejo nada
O que fui, o que fiz
Resumi-se em um profundo e dilacerante nada
Os olhos não têm o brilho de outrora
O sorriso apagado
Como se nunca antes o fora
Atitutes que perfuram uma casca fina
Desnudando o que sempre se escondeu
O reflexo no espelho
Não passa de uma velha máscara
E como máscara se desprendeu
Dissolveu... partiu... morreu
O vazio inunda o tempo e o espaço
O agora é o prenúncio do amanhã
Mas será que haverá outra amanhã?

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...