terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pessoas são como livros
Algumas você se encanta no início
Os primeiros capítulos são fantásticos
Mas aos poucos a leitura vai ficando tediosa
Cansativa e por mais que insista
A leitura não desenrola
É melhor fechar o livro e doar
Porque nem vale a pena na estante ficar
Outras, a leitura te consome
Nem vê o tempo passar
E tal como livro bom
Torcemos para nunca acabar
Quando se aprende a ler pessoas
Nada que elas fazem podem te magoar
Pois cabe a você partir ou ficar


Caso ou acaso
Nesse acaso que virou caso
Não por acaso
Foi um só um caso
A banalização do amor
Qualquer um chega e diz meu amor
Ou simplesmente amor
O contexto nem tem importância
Diante do cravo a desabrochar
Vale dizer qualquer coisa
Até meu amor
Meu cérebro ou meu coração
Não digerem essa frase muito bem
Nasce um asco interno
Até repulsa e o que deveria ser prazeroso
Perde todo o encantamento
O amor deixou de ser intenso
Passou a ser qualquer coisa
Assim falada, assim mexida, remexida
Vem como moeda de troca
Por algo que se fez ou tentou fazer


Por que andas tão só? Perguntou o vento
Para sentir o calor do sol e o frescor da grama
Respondeu meu velho corpo
Marcado pelas rugas do tempo
E já despido das vestes das regras
O passarinho cantador, quis saber
Por onde andava o amor
E meus olhos entristecidos
Responderam que o amor
Nunca fora encontrado
Mas a vida toda desejado
A metamorfose do viver
Não me transformou em borboleta
Mas deu me asas para voar

                         



               

Nasci nua e só, embora rodeada
Permaneci no meu mundo vazio e tão limpo
Voltar ao útero às vezes da vontade
Mas é preciso crescer
Passar pelas fases
Tornar-se humano
Com todos os dramas e ilusões possíveis
Nessa viagem que tem destino certo
Vou crescendo e no topo declino
Decresço e no fim volto ao útero
Na terra macia e fria
E assim como cheguei um dia partirei
SOZINHA
Mas de forma alguma vazia


Andei pensando
Não demorei muito e cheguei na esquina
Haviam retalhos de sentimentos espalhados
Pedaços de vida nos cantos
Retornei, virei na rua ao lado
Pus me a correr
Então estaquei
Sacudi a cabeça
Vários pensamentos saltaram de lá
Tontos, atordoados
Sentei, deixei a mente serenar...
Às vezes as pessoas nos magoam e acabamos nos deixando levar pela tristeza.
Algumas palavras, por mais simples que sejam, são como flechas
Que ao atingir uma parte nossa, frágil e sensível, desencadeia
Um processo doloroso de angustia e sofrimento
No primeiro momento a ideia é depositar no outro toda responsabilidade
Nos colocando no lugar da vítima, sempre tão sofrida e coitada
Mas o senhor do tempo, com toda paciência e perspicácia
Nos tira a trava dos olhos e nos permite enxergar além de nossas mazelas
Somos os únicos responsáveis por toda sorte de alegrias e tristezas
Se permitimos que nos tratem de forma grosseira, preconceituosa e com indiferença
Não temos o direito de nos sentir vitimados pelo outro
Se continuamos no caminho que nos causa mais sofrimento que alegrias
É por nossa própria escolha, somos nós que semeamos nossas decisões e desejos
Somos nós a desfrutar dos frutos que advierem dessa plantação
Não devemos obrigar ninguém a gostar de nós, devem fazê-lo por desejo próprio
Quando nos sabotamos, na ilusão de chamar a atenção do outro
Tornamo-nos seres fúteis, chatos, fracos e vazios
Se alguém que você quer muito bem o ignora ou se quer lembra da sua existência
Não deixe de gostar ou demonstrar afeto, não deixe de ser quem é
Porque o outro não tem os mesmos sentimentos que você.
O que realmente importa é o quanto nos amamos e o quanto de responsabilidade
Colocamos nas relações que nos acompanham vida afora.

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...