segunda-feira, 21 de dezembro de 2015


                                       
                                                       Eu e as muitas de mim - manipulação digital 


Nunca mais é aquilo que gostaria de tornar verdade
Mas minha alma e carne são fracas por demais
E esse nunca mais dura sempre o tempo
De cicatrização da ferida
E mais uma vez
O nunca mais
Torna-se expressão esquecida
E me aconchego a Hilda Hilst
Que me acolhe em seu berço de palavras:

"O Nunca Mais não é verdade.
Há ilusões e assomos, há repentes
De perpetuar a Duração.
O Nunca Mais é só meia-verdade:
Como se visses a ave entre a folhagem
E ao mesmo tempo não
(E antevisses
Contentamento e morte na paisagem).
O Nunca Mais é de planícies e fendas.
É de abismos e arroios.
É de perpetuidade no que pensas efêmero
E breve e pequenino
No que sentes eterno.
Nem é corvo ou poema o Nunca Mais.
(H.H. in: CANTARES DO SEM-NOME E DE PARTIDAS)"

(Jacqueline Batista e Hilda Hilst)

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...