sexta-feira, 10 de agosto de 2012


Ah, que vontade das teclas apertar
Os números eu sei de cor
Ouvir sua melodiosa voz
Seria como escutar Chopin
Na tarde avermelhada do inverno
Seu sorriso como presente
Agora é tudo que eu queria
Se eu não me acovardasse
De pronto jorraria toda minha paixão
E abraçaria a noite com muito mais tesão
Mas não sou de migalhas
Admiro os pássaros que se saciam com tão pouco
Sou mulher de pão inteiro
Minha gula não permite apenas uma gota
Quero sorver todo o seu ser
Ah, quem me dera despojar-me do orgulho tolo
E a você me entregar, mas é melhor não
Dói essa minha decisão
Mas sofreria muito mais
Se num rompante insano
Perdesse o que ainda me resta de razão.


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