quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Quando sou falante o verbo domina o espaço
Irradiando vibrações
Espelhando e refletindo momentos, às vezes,
Dissociados do que realmente
Me acontece internamente
É quando me calo que o silêncio fala mais alto
Escondida do mundo vago lentamente
Entre o escuro e o claro
Travo guerras internas com meus demônios
Afasto-me de todos e me desfaço em pedaços
Na tentativa frustrante de me conhecer
Saio de mim para tentar me encontrar
Mas não posso afastar-me tanto
É preciso voltar e encarar rostos 
Falar quando meu desejo é calar
E assim na luminosidade ofuscante do dia
Maqueio o rosto de forma a esconder a alma
Cumpro com meu papel existencial
Aguardando o próximo momento
Quando posso de novo me afastar
E em algum lugar, longe de rostos e vozes
Continuar essa busca de mim mesma
Hoje os olhos não têm brilho
A voz não tem melodia
E meu caminhar é arrastado
Mas um dia minha busca se encerrará 
E aí então poderei me livrar
Desse invólucro que recobre meu espírito
E partirei para nunca mais voltar.




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