segunda-feira, 14 de julho de 2014

Hoje eu acordei triste
Sem nenhum motivo aparente
Ou talvez pelo único motivo
Que me provoca tristeza
Aquela vontade de estar só
Desanimada, sem vontade de sair do pijama
Mesmo com um sol lindo lá fora
Me dizendo que o dia seria perfeito
Preferi fechar a janela e me acocorar ao sofá
Pequenas nuvens desfilavam à frente do meu olhar
Ora cinzas, ora mais negras
Vez ou outra uma lágrima pedia para cair
Mas desviava o pensamento e a tirava dali
Hoje quis apenas o silêncio por companheiro
Desliguei o telefone, a TV e tudo mais
Que pudesse me conectar com o lado de fora
Dei uma longa olhada para o chuveiro
Mas ele não me chamou muita atenção
Embrulhei-me ao cobertor, descansei no travesseiro
E de olhos fechados e coração vazio
Afundei-me até o fim na tristeza
Me deixei consumir por ela
Permiti que ela sugasse tudo de mim
Para que depois deixasse ali
As cascas envelhecidas e transparentes
E de corpo novo e alma renovada
Pudesse sair e contemplar o novo dia
Porque a tristeza não deve ser mimada
É preciso lhe dar um quê de atenção
Mas depois renegá-la a última opção.



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