Mandacaru, mandacaru, mandacaru
É o som do vento embalando o sertão
Com seus dias quentes e vermelhos
E suas noites frias como véu por sobre
A caatinga com tons amanhecidos e retorcidos
Uma poeira de tempo que não se cansa
Que varre cada pedaço de chão e céu
Mandacaru, mandacaru, mandacaru
Abraça teu sertanejo que vive e sobrevive
Nessa aridez que castiga e restringe
Alimenta teu sertanejo, essa mistura de raças
Que lhe deu o sangue da coragem
Tua força está no seu amor pela terra
Na tua luta diária no chão trincado
No açoite que corta a terra e rasga a pele
Pele seca e sedenta do tesouro do sertão
Seu tesouro é água, escassa e tão desejada
Mandacaru, mandacaru, mandacaru
O Sertanejo é consumido pelo sertão
Mas é lá tua morada, é de lá que sai teu quinhão
Veste-se de couro para proteção
Protege-se dos espinhos que aparecem no caminho
Tua veste de couro é tua armadura
Que o protege dos jagunços e cangaceiros
Ou apenas de um simples vaqueiro
Na pele de um guerreiro.
Sertanejo, caipira, homem
Trás na alma os versos da oração
Os lamentos são doces na canção
No entardecer de laranja
Brota a noite sem nuvem ou lua
No céu apinhado de estrelas
Fecha tua casa de barro e se amua
Adormece no silêncio da madrugada
Pia longe o carcará, dorme asa branca
Dorme noite, daqui a pouco, lá no sertão
Outro dia vai começar
Mandacaru, mandacaru, mandacaru
Todos os poemas e crônicas apresentados nesse blog, salvo algumas excessões, são de autoria de JACQUELINE BATISTA. Os que não pertencem a essa autora recebem seus devidos créditos... LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
terça-feira, 24 de maio de 2011
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