segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Estranho

Outro dia, ali na esquina da vida
Deparei-me com um estranho
De olhos muito negros e boca forte
Apertou minha mão com segurança
Não desviou o olhar quando ao se apresentar
Perguntou meu nome e sorriu com os olhos
Minhas antenas ficaram em alerta
Mais um caso esquisito que sempre
Acontece comigo quando resolvo virar a esquina
Mas a figura estranha nem ligou para isso
Contou-me seu dia sem que eu o perguntasse
Revelou-me detalhes interessantes de
Um novo livro que acabará de ler
O estranho é que esse estranho
Não me deixou pensar ou analisar
Caminhou comigo por certo tempo
Em uma determinada esquina
Avisou-me que chegará aonde queria
Cumprimentou-me novamente
Depois se virou e seguiu enfrente
Deu alguns passos e me acenou com um sorriso
Fiquei parada ali a olhá-lo por um tempo
O estranho nem era tão estranho assim
Era o meu destino conduzindo-me
Para um novo caminho e tinha a certeza
Que me deixara no lugar certo
Eu sorri e pulando os quadrados
Que a pouco haviam sido formados
Juntei os pedaços espalhados
E os guardei em um delicado saco de cetim
Eram os seus versos torcendo por mim.

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