sábado, 10 de agosto de 2013


Foto: Mauro Marques


O espelho reflete os traços de um rosto
Que aos poucos vai desenhando-se
Olhar miúdo,  brilhante, triste?!
A pele lisa, cremosa como polpa de pêssego fresco
Nos lábios um leve sorriso, tímido, impreciso
O estalar do tempo pincela a carne
O olhar miúdo,  novos traços,  marcas
O sorriso ora malicioso, ora carinhoso
É mistério nessa boca que não fala
Tal como folhas que se desprendem nos outonos
A pele já não tão alva e macia
Desenha sombras e conta histórias
Como areia do tempo na ampulheta
Os olhos trazem mistérios há muito escondidos
Os sulcos na pele agora são como livros de memória
Cada um representa um prêmio
Pelas dores e sofrimento
Ou pelas gargalhadas e alegrias
Mas os olhos...
Os olhos não mudaram com o tempo
Da criança de um dia a mulher madura de agora
A eterna busca, a impaciente espera...
O espelho reflete a casca
Os olhos desnudam a alma.


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