segunda-feira, 28 de março de 2011

Algumas pessoas me dizem que não tenho problema nenhum com minha autoestima, posso estar na lama que ainda me acho maravilhosa. É verdade, tenho muita autoestima, gosto do que vejo no espelho, me divirto com as marcas que o tempo deixa impressa no meu corpo e no meu rosto. Não sou fã de academia, embora meu ortopedista já tenha me dado um ultimato, musculação pra ontem... Não me descuido é claro, cuido do meu corpo como algo que me foi emprestado e como tal devo dar toda a atenção.
Autoestima pra mim é respeitar meu corpo, minhas ideias, meus limites. É não ter vergonha do que sou, é ter Deus dentro do meu coração, por mais que, as vezes, brigue com ele, ou troque algumas ideias sobre algumas situações que me acontecem e que gostaria que fossem de outra forma. Nem tudo é perfeito, mas é passageiro. Levei muito tempo para chegar a esse estágio e, como nem tudo são lágrimas e risos, vou aprendendo e me descobrindo a cada dia, pois acredito que meu caminho de aprendizagem é longo e ainda tenho muito para crescer e percorrer.
Nâo sou nenhuma santinha e muito menos livre de cometer erros e, talvez por isso, goste tanto de quem me tornei. Dizer o que sinto, tentando na medida do possível, ser verdadeira comigo e com quem está a meu lado, isso me faz bem, sinto paz na minha alma.
Um mestre disse que existem três verdades importantes:
"A primeira: não fomos criados para “triunfar”, mas para “amar”
A segunda: ninguém é perfeito; Deus nos ama do jeito que somos
E a terceira: uns têm mais talento do que os outros, mais aos olhos de Deus, não vale mais quem tem mais talentos (pois eles foram dados por Deus), mas quem os rende mais, mesmo que sejam bem poucos."
O mundo nos impõe muitas pressões e nem sempre estamos prontos para aguentá-las. Somos cobrados o tempo inteiro e acabamos nos estressando e nos tornando pessoas obcecadas pela excelência, acabamos nem nos permitindo o direito de ficar em silêncio, aproveitando o momento de profunda introspecção, afinal de contas tempo é dinheiro. E o dinheiro, infelizmente, nos dias de hoje, é o que conta. Você é o que veste, o carro que tem, a turma que anda, as aparências valem mais que caráter e personalidade. Lembrando Drummond em seu poema Eu, etiqueta
"...E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição..." Vejo muito disso hoje, pessoas que valorizam a superficialidade, as aparências e acabam tornando-se coisas.
Talvez por isso esteja em paz, o que realmente me interessa e importa de verdade, é um bom dia sincerro, um sorriso e um abraço carinhosos. A certeza de estar com pessoas que contribuem para o meu crescimento pessoal e espiritual. É ser iluminada e agradecida pela única razão de existir.

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E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...