O recomeço é sempre muito difícil
Sinto-me como a uma lagarta
Vou rastejando entre galhos e folhas
Começo a preparar meu casulo
Nesse tempo que ignoro a passagem
Sobrará apenas a necessidade de me recriar
Encolho-me quase a um feto
Debruçada por sobre meus delírios
De um sofrimento que jamais
Imaginei sentir e nunca desejei viver
Agarrada a uma fina linha de sustentação
Consigo ver apenas uma sombra
O consolo vem de sons que ao longe
Repercutem o que nunca quis ouvir
Vou regurgitando e remoendo
Os restos do que sobrou
Ainda é um escuro que padece de solidão
Mas apiedada de mim
Virá uma luz que mesmo exígua
Poderá salvar minha alma
Já sinto meu casulo se fechando
Já sinto meu corpo se reconstruindo
Levará o tempo necessário para se curar
Nessa viagem sem volta
Permitirei-me apenas esperar.
Todos os poemas e crônicas apresentados nesse blog, salvo algumas excessões, são de autoria de JACQUELINE BATISTA. Os que não pertencem a essa autora recebem seus devidos créditos... LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
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Um comentário:
Nossa, Jacque.
O poema mais "minha cara" até hoje...
Você parece ter lido minha alma no dia de hoje!
: (
Pérola
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