A dor da alma é a pior dor que existe
É como uma navalha que dilacera a carne
Rasga cada pedaço de pele e deixa a mostra
O mais profundo sofrimento
A angústia que acompanha essa dor
Sufoca e não há ar que alivia o desespero
De buscar e não conseguir respirar
Faltam forças para me locomover
O chão desaparece e tudo fica solto no espaço
A vontade é de soltar o grito que ecoa por dentro
Mas por mais que você grite não existe voz
Não existe som é um vazio absoluto
O escuro toma conta de tudo e a luz desaparece
A dor da alma acaba com todas as reservas de energia
Que te auxiliam no exaustivo exercício de caminhar
Caminhar para nenhum lugar
Sinto-me como um saco vazio abandonado ao chão
Tudo foi retirado e vomitado
Estou seca como uma árvore no fim do verão
Que busca nas profundezas água para
Quem sabe libertar-me da solidão
Mas é sal que encontro e abre ainda mais as feridas
A dor maltrata como vilã de um filme de terror
Onde vivo a protagonista dos erros que eu mesma
Infligi-me onde maltratei os fantasmas de outrora
Na ingenuidade de pensá-los esquecidos e adormecidos
Mas não existe esquecimento no brotar da aurora
Todos os vestígios do dia de ontem se acumulam
E se regeneram agora como monstro travestido de dor
Que me devora quebrando todos os ossos
Não sobrou nada apenas um espectro
Que o tempo poderá varrer como poeira
Ou terá piedade e transmutará em outro ser.
Todos os poemas e crônicas apresentados nesse blog, salvo algumas excessões, são de autoria de JACQUELINE BATISTA. Os que não pertencem a essa autora recebem seus devidos créditos... LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
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