segunda-feira, 28 de maio de 2012

A morte do amor que não constrói


Mais um dia se foi
As últimas luzes desceram no horizonte
Algumas estrelas brilham aqui e ali
O céu escurece não há lua nessa noite, apenas frio
Vi os ponteiros do relógio 
Caminharem lentamente durante todo o dia
E eles continuam...
Os sons vão silenciando, a vida urbana dorme
Mas estou alerta, desperta...
Meus olhos não atendem meu desejo 
E o sono aos poucos também desaparece
Mais uma noite me verá aqui encolhida
Abraçada apenas à gélida solidão
Não quero sair
Vejo raízes enlaçarem meus pés
Amarrando-os e enterrando-os no chão
Meu corpo perdeu seus sentidos
Não existe mais dor, frio ou fome
Os músculos endurecidos
Vão tomando forma de pedra
A madrugada me encontra materializada em rocha
O coração agora pulsa lenta e silenciosamente
Os pulmões já não recebem mais ar
Não é mais necessário
Não verei o novo dia
Com a noite partirei
Encharcada de saudade
Transformada em lembrança
De carne e sangue a pedra e pó
Volitando me transformo em estrela
O avermelhado do dia colore a manhã
O vento sopra e o frio emudece
O corpo se fecha como concha
E não mais de amor padece.

Um comentário:

ariana. disse...

Lindo!! Lindíssimo Jackie! Poesia pura e linda!

E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...