quarta-feira, 4 de junho de 2014

As ranhuras que você deixou incrustadas na minha alma
Parecem fendas que se alargam cada vez que
Me percebo no tempo que fora gasto
Em ilusões e sofrimentos desnecessários
Quanto sentimento jogado na lixeira do descaso
Você nunca me viu e eu tantas vezes sonhei contigo
Você nunca compartilhou os sons do seu coração
E eu desnudei o meu deixando-me totalmente a mostra
Tantas mentiras travestidas de ilusões passageiras
Tantos desejos humilhados e arrastados na corrente
Lamacenta de suas fantasias momentâneas
Ora a raiva chicoteia meu corpo cansado
Ora a tristeza lambe minhas feridas sempre abertas
Lamento cada segundo gasto com minhas fantasias
Lamento ainda mais não ter tido a coragem
De simplesmente arrancar essa pele amarelada
E marcada por chagas que ainda doem
O sangue que jorra agora dessas entranhas
Lavam esse caminho que não brotou flores
Mas apenas pedras e espinhos
E os meus lamentos e dores

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