sábado, 14 de maio de 2011

Por que será que quando damos permissão a Baco, o deus romano da mitologia e conhecido também como o deus do vinho, para nos fazer companhia acabamos fazendo algo que mais tarde iremos nos condenar? Ficamos tão leves e eufóricos que nem percebemos que uma pequena atitude, que até parece bobinha,  pode gerar mais desconforto do que a própria ressaca. Não que eu me arrependa do ato cometido, mas com certeza, não devia ter acontecido.
Por outro lado, a noite estava linda, uma lua enorme no céu, amigos se encontrando e reencontrando, a atmosfera era perfeita. Cada rosto uma história, cada gesto, cada roupa (e olha que tem gente com cada gosto) tudo acompanhado de boa música, comida, bebida. O tempo, nesses momentos, passa tão rápido que você nem percebe quando a lua já começa a descer e você já se encontra de uma certa forma "alto".
Depois de uma semana pesada e complicada, tudo que você deseja são momentos descomplicados ao lado de pessoas que fazem a diferença, que te deixa leve e agradavelmente tranquilo.
Ao som de Paulinho Pedra Azul e de sua deliciosa canção "Jardim da Fantasia" você quer mais é compartilhar esse momento com todas as pessoas que você gosta, as presentes e as ausentes, e aí tudo é válido. Quanto ao ato bobinho, mencionado no começo do texto, já foi, é passado não dá pra voltar atrás, não pertence mais ao meu agora e nem vale muito sofrimento.
Durante o processo de recuperação do corpo, minha produção poética que anda em alta nos últimos tempos criou esse poema, que dedico a uma pessoa muito especial na minha vida, vamos a ele...

Apaixonei-me por dois homens
Que habitam o mesmo corpo
O de dentro aparenta ter
Uns vinte e poucos anos
O de fora já chegou aos quarenta
O de dentro é leve, bem humorado
Tem um brilho intenso nos olhos
O de fora é austero, disciplinado
Está sempre criando barreiras
O homem de dentro me deixa leve
Tenho vontade de voar nas suas asas
Tamanha é a liberdade
Expressa em um simples gesto
O homem de fora me mantem distante
Tenho receio de aproximar-me
Sinto-me acuada e presa
O homem de dentro é luz, sol
Lanço-me a ele sem preocupações
Com o ontem e muito menos o amanhã
Com ele vivo intensamente o agora
O homem de fora só tem olhos
Para um futuro que nem ele sabe qual é
Não dá espaço é sempre arredio
Envolto em uma cortina que esconde seu brilho
O homem de dentro é a criação
De meus desejos e fantasias
É a expressão mais sincera
Do homem que almejo encontrar um dia
O homem de fora é real
Palpável e está tão longe de meu toque
Que aos poucos vai se perdendo e morrendo
Como o tic tac da passagem do tempo.


Agora é hora de dar lugar a outro momento, outros encontros e quem sabe, mais tarde, haja assunto suficiente para escrever uma outra história.

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