Calaram-me sem nem sequer me ouvir
Botaram em minha boca palavras
Que nunca compreendi
Lavaram-me com um líquido
A princípio límpido
Mas aos poucos percebi
Que ao me lavar apagaram-me também
Sou jogado em um terreno que desconheço
Sou ameaçado, banalizado, ridicularizado
Taparam minha boca e não consigo verbalizar
Grito para dentro de mim
Como quem busca se libertar
Os arranhásseis me circundam, amedrontam
Torno-me pequeno como um inseto
Sem voz nem vez
Sigo cabisbaixo
Vou de encontro ao que acredito
Pois venderem minha esperança
Compraram meus direitos
Minha palavra não tem forma
Está vazia de significado
Tiraram de mim o direito de me expressar
Vivo nesse amontoado de nadas
Sou alimentado com o vazio
Mas me escondo atrás de palavras
Fantasiadas e pouco compreendidas
Enquanto por fora me castigam com
Inexpressivas formas de pensar
Por dentro vou me completando
Preenchendo espaços e aos poucos
Em pequenos gestos, vou me libertando.
Todos os poemas e crônicas apresentados nesse blog, salvo algumas excessões, são de autoria de JACQUELINE BATISTA. Os que não pertencem a essa autora recebem seus devidos créditos... LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
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