quinta-feira, 2 de junho de 2011

          Em grande parte do mundo (como EUA, Itália e Canadá), o dia dos namorados é 14 de fevereiro, o dia de São Valentim (Valentine's day), um santo devotado à ideia do amor. A história conta que "Valentino" foi padre, santo e mártir, que viveu no tempo do império romano, no ano de 269, durante a perseguição aos cristãos. Segundo a lenda, o imperador Cláudius II estava mais interessado em seu exército e nas guerras do que na vida em família, e ele estava convencido de que os solteiros, sem esposas nem filhos, eram melhores soldados do que os casados e não teriam medo no campo de batalha. Tanto era verdade, que o imperador foi tão longe a ponto de ditar uma lei proibindo o casamento. Valentino, contudo, desafiou o imperador e continuou a celebrar matrimônios em segredo, até ser descoberto, preso e executado.
          No Brasil, a data escolhida foi 12 de junho às vésperas do dia de Santo Antônio, o famoso santo casamenteiro. Tudo começou com uma campanha realizada em 1949 pelo publicitário João Dória - na época na Agência Standard Propaganda - sob encomenda da extinta loja Clipper. O objetivo era melhorar as vendas de junho, o mês mais fraco para o comércio, e contou com o apoio da confederação de Comércio de São Paulo, o slogan era: "Não é só de beijos que se prova o amor".
          Ao que tudo indica o dia dos namorados, mais uma vez, trará um grande aumento nas vendas do comércio. Por onde passamos as lojas, decoradas para a ocasião, parecem nos hipnotizar, é um convite para tirar o cartão ou o dinheiro do bolso e comprar aquele presente que vai deixar o(a) namorado (a) encantado(a). E nós, que queremos agradar e fazer aquela surpresa nem pensamos direito, agradou aos olhos, levou. Os vendedores também fazem muito bem o seu trabalho, te seduzem, dizem o quanto aquele presente será importante. Se você estiver apaixonada(o) então, não tem jeito vai comprar mesmo e nem irá prestar muita atenção ao valor pago por esse mimo, pois o que importa é a alegria e o sorriso da pessoa amada.
         Tudo hoje é comércio, as datas mais importantes são sinônimas de excelentes negócios e vamos enriquecendo os outros em nome, claro, da felicidade daqueles que amamos ou achamos que amamos.
         Mas nem tudo são negócios, eu gosto dessa data, como sou uma romântica sem a menor chance de cura, adoro pensar no presente que irei dar, precisa ser algo bem criativo e original. Penso também na noite, que pode ser um jantar romântico em um bom restaurante, com direito a luz de velas e vinho ou em casa, tudo preparado com muito bom gosto e prazer.
          É assim que penso essa data, como um dia de dedicação àquele (a) que escolhemos para compartilhar nossa vida, pelo tempo que achamos que será eterno ou pelo tempo que durar nossa paixão. Uma roupa especial, a lingerie perfeita para a ocasião e que ele adore, um perfume suave e delicado, a música também deve ser perfeita e nada de falar dos problemas do dia-a-dia, a conversa deve ser tranqüila e amena.
          Namorar é uma delícia e jamais deve ser deixado de lado, mesmo depois do casamento. Na minha opinião, é depois do casamento que a arte de namorar deve ser intensificada, para não cair na rotina e consequentemente no esquecimento.
          Namorar rejuvenesce, te deixa bonita, leve, feliz. Se o eleito da vez é aquele(a) tudo que você sempre quis então a felicidade é completa. Não precisa ser um Johnny Deep ou um George Clooney, basta ser íntegro, carinhoso, sensível, bem humorado e inteligente. O que toda mulher deseja é um homem capaz de compreendê-la e ser gentil e carinhoso (é só isso... rs). O que todo homem deseja é uma mulher linda, carinhosa, inteligente e que não pegue no pé. Existem vários homens e mulheres assim, o problema é encontrá-los, mas eles aparecem é só ter um pouco de paciência.
          Que o dia dos namorados seja inspirador e delicioso para quem tem namorado, marido, companheiro. Para quem não tem que seja perfeito também. O importante é que as portas e janelas estejam sempre abertas para permitir a entrada daquele(a) que irá nos tirar do chão e nos transformar nos seres mais especiais do planeta.
          E por falar em especial, um poema de Carlos Drummond de Andrade para nos inspirar e “Amar...

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
e o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.”

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E aí vem você, todo dengoso e cheiroso Roça meu pescoço, você é habilidoso Sabe sussurrar em meus ouvidos Palavras que fazem meus pêlos e...